Afif aceita convite de Dilma e será o 39.º ministro do governo petista

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Após meses de negociações com o PSD, o Palácio do Planalto anunciou ontem que o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), será o ministro da recém-criada Secretaria da Micro e Pequena Empresa, 39.º ministério do governo Dilma Rousseff. Segundo nota da Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, a pasta formulará políticas de apoio às micro e pequenas empresas, "segmento fundamental para a geração de empregos e o desenvolvimento da economia brasileira". A posse de Afif será na quinta-feira, às 10h.

A nomeação foi fechada ontem numa reunião entre a presidente Dilma, Afif, o vice-presidente Michel Temer e o ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab. Mais cedo, em uma cerimônia na Associação Comercial de São Paulo, a presidente teceu elogios ao futuro ministro.

Com a nomeação de Afif, o PSD passa a integrar oficialmente o primeiro escalão do governo federal e se torna um possível aliado de Dilma na disputa pela reeleição, em 2014. Em entrevista no mês passado, porém, Kassab havia afirmado que uma eventual escolha de Afif para comandar a nova pasta se daria por uma escolha pessoal de Dilma, e não em caráter partidário. O partido, criado em 2011 a partir de dissidências de outras legendas – principalmente do DEM, sigla de oposição –, reluta em se tornar parte da base aliada e prega independência.

Vice do tucano Geraldo Alckmin, Afif perdeu espaço no Palácio dos Bandeirantes desde a fundação do PSD. A interlocutores, porém, ele diz que pretende acumular o cargo de vice com o de ministro. Segundo fontes próximas ao governo, Afif deve permanecer como vice do tucano, pois não haveria impedimento legal expresso sobre o tema. Desde o início do ano, há informações de que o vice-governador estaria fazendo consultas a juristas sobre o assunto. De acordo com as fontes, as opiniões são divididas. Porém, os que se manifestam contra o acúmulo dos dois cargos alegam que o impedimento seria uma questão moral e não legal.

Agradecimentos

Após o anúncio oficial da indicação, Afif divulgou nota à imprensa na qual se disse honrado com o convite da presidente para assumir o cargo "inédito na história do país". Sem explicitar se manterá o cargo de vice-governador, ele agradeceu ao governador Geraldo Alckmin "pela compreensão com minha nova incumbência e pela missão que muito me honrou, que foi presidir o Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas".

Alckmin também divulgou nota após o anúncio da indicação de Afif para o cargo. No texto, o tucano parabenizou a presidente Dilma pela indicação e destacou a trajetória do seu vice. "Com o convite, São Paulo dá hoje mais uma contribuição para o Brasil. E, a serviço do Brasil, nosso vice-governador haverá de fazer ainda mais por São Paulo", afirma o tucano, na nota.

Perfil

Confira a trajetória política de Afif Domingos:

Malufista

Herdeiro de uma seguradora, o paulistano Guilherme Afif Domingos (1943) começou sua vida pública como diretor da Associação Comercial de São Paulo na gestão de Paulo Maluf (1976-1979). Quando Maluf se tornou governador, em 1979, Afif assumiu a presidência do Badesp e, em 1980, a Secretaria da Agricultura.

Presidência

Afif disputou o Planalto em 1989 com o slogan "juntos chegaremos lá". Ficou em 6º lugar.

Secretário estadual

Afif só voltou à política em 2006 disputando o Senado pelo PFL, aliado a José Serra. Perdeu de novo para Suplicy, mas virou secretário do Emprego do governo de São Paulo.

PSD

Eleito vice-governador de Geraldo Alckmin em 2010 pelo DEM, seguiu Gilberto Kassab na criação do PSD.

Fonte: Folhapress

Custo

Nas contas do governo, o 39º ministério representará um gasto anual de R$ 7,9 milhões aos cofres públicos. O projeto de lei aprovado no Congresso Nacional previa a criação dos cargos de ministro, secretário-executivo e outros 66 em comissão.