O engenheiro agrônomo Augusto Jondral Filho afirmou ontem que vai dar entrada na 1.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba com uma petição para retirar o recurso da ação popular que move contra o governo do estado para acabar com o nepotismo no Palácio Iguaçu (parentes do governador Roberto Requião foram nomeados no governo). A retirada da ação pessoal de Jondral Filho vai permitir que Ministério Público Estadual (MP) possa cobrar o fim do nepotismo no governo do estado.
Em fevereiro, a promotora de Justiça Terezinha de Jesus Souza Signorini alegou que não poderia fazer nada contra o nepotismo no governo devido ao fato de haver a ação popular. Um processo impedia o outro de existir. Na época, o MP enviou documento sugerindo que a prefeitura de Curitiba, a Câmara Municipal da capital e o Tribunal de Contas do Estado (TC) exonerassem os familiares das autoridades empregados nesses órgãos.
Até agora, só a Câmara de Curitiba se comprometeu a demitir os parentes dos vereadores. A prefeitura de Curitiba disse que iria avaliar o tema até o fim do mês, quando termina o novo prazo dado pelo MP. O TC informou que só tomará qualquer atitude quando houver uma lei específica para o assunto. Já a Assembléia Legislativa sequer encaminhou lista com parentes dos deputados ao MP.
Jondral afirmou ser totalmente contra o nepotismo e que, se estava atrapalhando, iria pensar na retirada da ação. Nesta semana, ele foi procurado pelo advogado Luiz Fernando Pereira, do PPS, que move ação contra o governo sobre o mesmo assunto. "Pode escrever que eu vou entrar com a petição para retirar a ação. Sou contra o nepotismo e não sabia que estava atrapalhando. Só não tiro se eu estiver morto", afirmou o engenheiro agrônomo.
Segundo a assessoria de imprensa do MP, a promotora Terezinha Signorini disse que a desistência de Jondral da ação não influiria no trabalho da instituição em relação ao emprego de parentes de autoridades em órgãos públicos, contrariando o que havia afirmado em fevereiro. O MP informou que nos próximos dias haverá novidades quanto ao tema.
Com a posição de Terezinha, de que a desistência não influi nos trabalhos do MP, e com a retirada da ação por Jondral, o advogado Luiz Fernando Pereira espera que agora o Ministério Público tome alguma providência contra o nepotismo no Executivo estadual.
O advogado lembrou que a promotora responsável pelas investigações sobre nepotismo havia alegado que o mérito das duas ações seria o mesmo. "A ação do Jondral é contra o governador Roberto Requião e a primeira-dama Maristela Requião. É, portanto, bem menos abrangente do que a ação civil pública que o PPS quis provocar, que é contra os demais parentes do governador e dos secretários", afirmou Pereira. Ele disse ainda que os parentes de Requião já estão identificados e que a demora do MP em agir era inexplicável. "Em municípios do interior, a investigação sobre nepotismo é resolvida rapidamente."
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