Agora rival do novo ministro da Cultura Juca Ferreira, a ex-ministra e agora senadora Marta Suplicy (PT-SP) já fez elogios em público ao colega quando assumiu a pasta, em 2012. Nesta terça-feira (30), quando a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou o retorno de Juca à liderança da pasta, sua antecessora afirmou, em mensagem publicada no Facebook, que a "população brasileira não faz ideia dos desmandos que este senhor promoveu à frente da Cultura brasileira". O ataque foi recebido com surpresa pelo meio artístico. Há dois anos, porém, a visão de Marta era outra. Em seu discurso de posse, ela disse que, a partir do governo Lula, "o Ministério da Cultura mudou paradigmas, se organizou com uma nova estrutura e visão nacional". Os ministros da Cultura de Lula foram Gilberto Gil (2003-2008) e Juca Ferreira (2008-2010). Segundo Marta, sob esses gestores, a pasta "passou a ter uma visão da complexidade que é a nossa herança cultural e a importância da participação da sociedade na política cultural brasileira". Juca também já havia elogiado Marta em 2012. Quando ela foi nomeada para comandar o ministério, em setembro daquele ano, Juca escreveu no Twitter: "Sua trajetória pública tem revelado uma sensibilidade política contemporânea e uma generosidade ao tratar das questões inerentes à condição humana. Com sua nomeação, o Ministério da Cultura retorna ao século 21". A gestão de Marta no Ministério da Cultura é vista como de continuidade ao período de Juca à frente da pasta -ela retomou políticas abandonadas por Ana de Hollanda, que foi ministra de 2011 a 2012. Marta conseguiu articular a aprovação de projetos idealizados por Gil e Juca, que não tiveram força política para levá-los adiante no Congresso. O Vale-Cultura, por exemplo, acabou se tornando bandeira de ambos. O benefício de R$ 50 mensais para gastos com atividades culturais havia sido lançado em 2009 por Juca e só foi aprovado graças a Marta.

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