A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta terça-feira (31) que definirá ainda esta semana o futuro do ministro das Cidades, Mário Negromonte, quando retornar ao Brasil. O líder Aguinaldo Ribeiro ganhou força nas últimas semanas para substituir o atual ministro, depois que ele ampliou a interlocução com o Planalto.
Recentemente, o próprio Aguinaldo esteve com Dilma, o que passou a ser um indicativo claro de que seu nome pode ser a principal alternativa. Isso gerou, por parte de setores do PP, a tentativa de desestabilizá-lo. Nesta terça-feira, começou a circular, inclusive no Planalto, um suposto dossiê com processos que familiares de Aguinaldo Ribeiro responderiam na Justiça.
Internamente, Negromonte já teria dito a políticos próximos da sua intenção de não criar constrangimentos e entregar uma carta de demissão a Dilma. Mas nesta terça-feira seus aliados mais próximos, na tentativa de evitar o pior para sua imagem, responsabilizavam o próprio partido por sua instabilidade no governo.
O Planalto avalia que dois fatores contribuíram para desestabilizar Negromonte: fraco desempenho na gestão da pasta e a falta de apoio partidário. Era para Negromonte ter participado de uma reunião sobre gestão do PAC na Casa Civil, mas ele não foi. Mais um sinal, segundo palacianos, de que ele já está fora.
A provável demissão de Negromonte não será motivo de preocupação para o governo nas votações do Congresso, disse nesta terça-feira o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP): "De minha parte, tem mais carinho do que preocupação (quanto ao PP). Sou amigo do Negromonte, e o trabalho dele foi elogiado pela presidente lá na Bahia, pelo que vi na imprensa."
Dilma chegou a sondar o PP para a possibilidade de retorno do ex-ministro Márcio Fortes. Mas o partido avisou à presidente de que Fortes tinha grande rejeição na bancada, e o próprio Negromonte vetou publicamente o retorno do seu antecessor.
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