"Ah, tá, já sei!" Essa, segundo o delegado Denilson dos Reis Gomes, da Polícia Civil mineira, foi a expressão usada pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza ao saber que estava sendo capturado em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedida pela Justiça da Bahia. "Quando dissemos quem éramos e que tínhamos um mandado de prisão, ele só perguntou de onde era (o mandado)", contou o delegado.
Gomes, que auxiliou com outros policiais mineiros a Polícia Civil baiana a prender os quatro suspeitos encontrados em Belo Horizonte, revelou que os agentes fizeram campana na casa de Marcos Valério durante toda a semana antes de executarem os mandados. "Fizemos a campanha porque, numa operação deste tamanho, a gente tinha que ter certeza de onde estariam (os suspeitos)", disse.
Ele contou que, ao bater na casa do empresário por volta das 6 horas desta sexta-feira (2), o próprio Marcos Valério abriu o portão, ainda de pijamas, e não apresentou nenhum tipo de resistência. O delegado lembrou que os policiais ficaram impressionados com a "mansão novinha" de dois andares no bairro São Luís, na região da Pampulha, em área nobre da capital mineira, na qual o empresário está morando com a mulher, Renilda, e com o casal de filhos.
A casa tem guarita com segurança durante todo o dia, mas, no momento da prisão, o funcionário não estava. "Até estranhei ele (Valério) abrir o portão. Durante a semana, o segurança estava lá o tempo todo", contou o delegado. Na garagem, segundo Gomes, estavam estacionados um Toyota Hilux SW4 ano 2011 e modelo 2012, um Mitsubishi Pajero 2011 e um Mitsubishi Outlander, também 2011.
A reportagem consultou a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e constatou que, juntos, os três veículos valem aproximadamente R$ 400 mil. Em audiência em um dos processos que enfrenta na Justiça, Marcos Valério chegou a declarar que estava em má situação financeira e que tinha dificuldades até para pagar o plano de saúde de sua mãe.
Denilson Gomes contou também que, no momento da prisão, o empresário se manteve calmo e pediu que os policiais entrassem e aguardassem enquanto ele tomava banho e trocava de roupas. De acordo com o policial, ele ainda acalmou a família, já que sua mulher e filha começaram a chorar. Aproximadamente meia hora após a chegada dos policiais, Valério acompanhou os agentes com uma pequena bolsa com pertences pessoais.
Ele foi levado para o Departamento de Investigações de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) da Polícia Civil mineira para cumprir trâmites burocráticos e, em seguida, para o Instituto Médico-Legal (IML) para a realização de exame de corpo de delito. "Ele deu vários telefonemas, mas não era nada que oferecia prejuízo às investigações", lembrou o delegado.
Em seguida, voltou ao Depatri para os últimos procedimentos e foi levado, junto com os demais suspeitos, para o hangar da polícia no Aeroporto da Pampulha, onde embarcaram em direção à Bahia. Em nenhum momento os suspeitos foram algemados e foram transportados sempre nos bancos traseiros das viaturas policiais.
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