A Assembléia Legislativa (AL) vai realizar uma audiência pública hoje, às 13 horas, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para discutir o projeto que autoriza a Copel a participar do leilão para a concessão de rodovias federais pedagiadas. O secretário estadual dos Transportes, Rogério Tizzzot, vai explicar os detalhes do projeto.
A decisão de realizar a audiência foi tomada por volta das 20 horas de ontem, graças a uma manobra da oposição para adiar a votação do projeto, que inicialmente estava prevista para amanhã. Depois de uma reunião entre os líderes dos partidos, ficou acertado que o projeto só será votado na próxima semana.
A base de apoio do governador Roberto Requião (PMDB) estava trabalhando para aprová-lo com urgência. O requerimento transformando o plenário em comissão geral seria votado na sessão de amanhã, mas a oposição começou ontem uma ofensiva para tentar obstruir a votação. A transformação do plenário em comissão geral queimaria etapas na tramitação do projeto.
O líder da oposição, Valdir Rossoni (PSDB), fez um apelo ao presidente da Assembléia, Nelson Justus (DEM), para que a discussão não fosse "atropelada". Para Rossoni, existem muitas dúvidas sobre o projeto, entre elas, a falta de informações sobre quanto será o capital na sociedade constituída pela Copel, quem serão os parceiros, o valor do investimento e de onde viria o dinheiro.
Outros questionamentos são que o projeto permite à Copel ser acionista majoritária ou minoritária nos empreendimentos e ainda existe brecha para a participação de pessoas físicas na sociedade. "Só por causa desse projeto, as ações da Copel despencaram 5,35% na Bolsa de Valores de São Paulo. Que know-how a Copel tem para fazer rodovias?", questionou Valdir Rossoni.
O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), reconheceu ontem que a mensagem foi enviada com alguns erros, mas eles serão corrigidos através de emendas dos deputados.
No novo texto, a Copel será proibida de ser minoritária na sociedade e só poderá associar-se a pessoas jurídicas. Segundo Romanelli, a bancada não quer atropelar a discussão, mas a aprovação é urgente porque o governo tem prazo até o dia 1.º de outubro para cumprir todas as formalidades legais para participar do leilão.
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