Youssef vai responder a novo processo criminal
A Justiça Federal no Paraná abriu na noite desta quinta-feira (24) um novo processo criminal contra o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato. Atualmente ele e o ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, são réus, acusados de um esquema de lavagem de dinheiro que movimentava cerca de R$ 10 bilhões.
Desta vez ele é acusado por evasão de divisas no valor de US$ 78,2 milhões. Para isso, foram usados 1.114 contratos de câmbio fraudulentos envolvendo duas empresas offshore - registradas em paraísos fiscais.
Outras sete pessoas são citadas como réus nesta nova ação penal. Assim como os demais processos envolvendo o nome de Youssef, este teve origem na Operação Lava Jato, desencadeada pela Polícia Federal (PF) em março deste ano.
O doleiro Alberto Youssef, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como mentor de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, sofreu um infarto na manhã desta sexta-feira (25), por volta das 9h20, na carceragem da Polícia Federal (PF) de Curitiba, onde se encontra detido.
Antônio Figueiredo Basto, advogado de defesa de Youssef, informou que o doleiro foi submetido a um cateterismo e, até 19h10 desta sexta-feira, ainda se encontrava na Unidade de Terapia Intensiva do hospital para onde foi levado. O procedimento correu normalmente, segundo a PF. De acordo com outro advogado da defesa, Luiz Gustavo Flores, a pressão de Youssef estava bem baixa no início da noite desta sexta-feira e ele permanecerá em observação na UTI.
A PF disse, por meio da sua assessoria de comunicação, que chamou o Samu para atendê-lo logo que Youssef demonstrou não se sentir bem. O atendimento registrou algumas anomalias na monitoração cardíaca e os funcionários do Samu decidiram levar o doleiro ao hospital, com uma escolta policial.
Por motivos de segurança, a PF não divulgou o nome do hospital em que o doleiro está internado. De acordo com a polícia, um grupo especial faz a segurança de Youssef. O número de agentes que fazem a proteção também não foi informado.
O advogado diz que vai pedir à Justiça federal que Youssef continue internado e depois cumpra a prisão em casa, como prevê a legislação. Na custódia da PF, o doleiro não tinha acesso a uma dieta diferenciada porque, segundo o advogado, "isso poderia caracterizar privilégio".
Durante as investigações da Operação Lava Jato, no segundo semestre do ano passado, Youssef sofreu dois infartos e passou cerca de um mês internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.