O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) aderiu nesta terça-feira (14) à campanha do prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM). Adversários no primeiro turno, os dois fizeram sua primeira aparição pública juntos, na manhã desta terça, no centro da capital paulista.
O encontro dos dois começou com um forte abraço, aplaudido por correligionários do DEM e do PSDB, em um café em frente ao Mosteiro de São Bento, no centro. Assim que Alckmin chegou ao local, cabos eleitorais de Kassab colaram nele um adesivo do candidato. Mais tarde, foi a vez do próprio Kassab colar outro adesivo no peito do ex-governador.
Eles conversaram e tomaram um café, pago por Alckmin. "O governador já começou bem, contribuindo com a campanha e pagando o café", brincou Kassab. Apesar das críticas trocadas no primeiro turno, os dois se esforçaram para não demonstrar qualquer ressentimento e lembraram que têm em comum o PT como adversário. "O segundo turno é uma segunda eleição", afirmou Alckmin. "Tem de se fazer uma segunda opção. Eu sempre disse que tínhamos um adversário em comum, o PT". Kassab atribuiu as críticas trocadas com o tucano no primeiro turno ao "calor da campanha". "O calor da campanha sempre envolve e cria clima para a apresentação de críticas", justificou o prefeito.
Alckmin e Kassab seguiram no carro do democrata para uma vistoria ao Expresso Tiradentes, também na região central. Kassab agradeceu o apoio do tucano e voltou a dizer que, se Alckmin tivesse ido para o segundo turno, seria dele o seu apoio. "Estaria aqui dando apoio com a mesma participação e alegria do ex-governador." O prefeito lembrou ainda a parceria administrativa que manteve com o PSDB, mesmo depois do início do período eleitoral. "Sempre caminhamos juntos. No primeiro turno, não caminhamos. Mas, nesse segundo turno, essa é uma aliança muito natural, muito explicável para a sociedade.
Sempre sorrindo, Alckmin aparentou concordância com a decisão do PSDB de apoiar Kassab. "Trago meu apoio pessoal com satisfação e absoluta confiança de que ele pode fazer um bom trabalho neste novo mandato", disse Alckmin. O tucano, que no primeiro turno chegou a acusar Kassab de ser dissimulado, hoje classificou a crítica como parte de "um debate político, administrativo, com respeito às pessoas".
Marta Suplicy
O tucano aproveitou a oportunidade para criticar a estratégia de campanha da candidata do PT, Marta Suplicy, de questionar aspectos da vida pessoal de Kassab. "Discutir se a pessoa é solteira, casada ou separada não tem nada a ver com processo eleitoral", afirmou o ex-governador. Kassab rebateu a justificativa de Marta, que atribuiu ontem a responsabilidade por sua propaganda unicamente ao marqueteiro. "Na minha campanha sou responsável pelo que acontece. Quem comanda é o candidato", criticou o prefeito.
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