Cascavel O candidato a presidente da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, fez uma passagem rápida por Cascavel ontem à noite, mas o tempo foi suficiente para mobilizar as principais lideranças da região num evento suprapartidário. Além dos tucanos, deputados do PP, PFL e PMDB foram recepcionar Alckmin no aeroporto da cidade.
O vôo do presidenciável chegou com mais de duas horas de atraso, mas antes de liderar um encontro regional do PSDB, Geraldo Alckmin falou sobre sua candidatura, a certeza de chegar ao segundo turno e a sucessão no Paraná. Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, no ônibus com a comitiva paranaense, o pré-candidato disse que a cúpula do partido não vai interferir na disputa pelo governo do estado e que a decisão sobre candidatura própria ou alianças está nas mãos do diretório nacional.
Alckmin sinalizou, no entanto, que não quer desperdiçar nenhum apoio, inclusive do PMDB, principal adversário do PSDB no Paraná, que trabalha para formar uma frente de oposição com o senador Osmar Dias (PDT) na cabeça de chapa. Leia os principais trechos da entrevista.
Além do PFL e PPS, quais os outros partidos que o senhor espera reunir em uma aliança formal em torno da sua candidatura?
Acho muito provável que não sejam mais do que esses. Agora, apoio político acho que vai crescer muito no Brasil inteiro. Coligação resolvida por enquanto é PSDB e PFL. Em relação ao PPS, o presidente Roberto Freire disse que vai nos apoiar e vai decidir se vai coligar formalmente ou não. Acho que é até possível que ocorra. Nos demais partidos a tendência é não coligar com ninguém para ter mais liberdade nos estados, mas vamos ter muito apoio.
E no Paraná, quais os apoios que o senhor espera?
Recebi na semana passada o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Dobrandino (da Silva) e vários deputados estaduais e federais. Fiquei muito feliz, foi uma conversa muito boa e correta. Eles colocaram a simpatia deles e a decisão de nos apoiar como candidato a presidente da República. Agradeci, disse sobre o meu apreço pelo PMDB, a minha origem inclusive é o MDB, o velho MDB manda brasa (risos) e foi colocada a questão de governador e senador aqui no Paraná. Eu disse que essa era uma decisão do diretório estadual e nós levaremos essa hipótese para avaliação do diretório local, que tem boas lideranças, bons quadros e vai encaminhar bem essa questão. Nós vamos respeitar a decisão do diretório estadual.
Então o senhor considera bem-vindo o apoio do PMDB?
O Requião foi meu colega de governo do estado esses anos todos, tenho grande respeito por ele, vamos deixar que as questões do Paraná se encaminhem. No que eu puder colaborar e participar, estarei ajudando.
A candidatura própria do PSDB, com o deputado federal Gustavo Fruet, seria um bom palanque para sua campanha?
Eu gosto muito do Gustavo Fruet, fui grande amigo do seu pai, o Maurício Fruet, que foi meu colega de Câmara Federal. O Gustavo é uma revelação política, que tem prestígio até em São Paulo. Brinquei com o Gustavo esses dias que ele pode ser candidato até em São Paulo porque fez um belo trabalho na CPMI, é um grande quadro. Quem vive aqui no estado e faz política aqui é que tem condição de avaliar o melhor caminho para o PSDB.
Mas o que seria melhor para a sua candidatura: uma aliança com o PMDB ou ter palanque próprio com um nome do PSDB na disputa?
O estado é que vai decidir o que é melhor: se terá candidato próprio ou fará aliança.
As pesquisas apontando o presidente Lula como vitorioso no primeiro turno não desestimulam a oposição?
O povo vai levar a eleição para o segundo turno porque pode ter mais clareza das propostas. As pesquisas atuais revelam apenas a exposição na mídia de cada um. O Lula tem 30% de ótimo bom e meu governo tem 60%. Deixei o governo no dia 30 de março e fiquei três meses fora da mídia. Ontem, o PSDB colocou no ar os primeiros spots do horário partidário. Lula teve exposição como presidente e através do PT, que abriu o horário partidário em maio. Além disso, está havendo um abuso na publicidade. O governo do PT está gastando R$ 5 milhões por dia em publicidade. O Lula está rodando 64 mil quilômetros de campanha eleitoral com Airbus, Boieng 737 atrás e dois helicópteros Puma.