Brasília (AE) O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), afirmou que a Casa vai fiscalizar os gastos do governo com o pagamento de diárias a funcionários públicos. Ele convocará uma reunião com órgãos da Casa que tratam de fiscalização e controle de gastos para tentar uma forma de coibir esse excesso. Aldo classificou de "abuso", "exagero" e "desequilíbrio" os gastos de mais de R$ 1 bilhão do governo com diárias de viagens de servidores do Executivo durante esses dois anos e dez meses de governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Quanto às viagens dos servidores, eu tenho a convicção de que há distorção, de que há exagero e de que a Câmara pode fazer alguma coisa para que haja mais fiscalização e mais transparência e, portanto, mais economia", disse.
Para ele, um pouco desse dinheiro deveria ir para outros programas com do Ministério da Cultura, do Primeiro Emprego entre outros que têm recebido muito menos recursos do que os destinados às viagens de funcionários ao exterior. "Se o país gastou R$ 1 bilhão com diárias de viagens e apenas um terço disso com o orçamento da Cultura é evidente que há um desequilíbrio e a Câmara precisa investigar e ter alguma forma de fiscalização eficiente", disse.
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo revelou que o total gasto pelo Executivo com viagens foi cinco vezes maior do que o Orçamento deste ano do Ministério da Cultura e 44 vezes maior do que o total investido no Programa Primeiro Emprego também em 2005, por exemplo.
"Ou há alguma coisa de errado, ou seja, o governo está gastando bem com as diárias e pouco com a Cultura para haver essa proporção, ou está gastando acima do necessário com as diárias e que, portanto, deve haver um controle maior", avaliou.
Ele, no entanto, fez claras ressalvas às viagens do presidente Lula e dos ministros de Estado que, para ele, têm ajudado o país a ampliar sua presença comercial no mundo e a melhorar os números da balança comercial.