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Em discurso no plenário da Câmara antes da eleição, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) mandou uma espécie de recado ao governo e à base aliada, ao lembrar que assumiu a Casa num momento delicado, de crise política, e que nunca fugiu de sua responsabilidade. Em tom de desabafo, Aldo disse que enfrentou preconceitos por manter-se fiel aos amigos e a suas idéias e lembrou que ficou ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em oito eleições. Lembrou da invasão dos sem-terra e disse que, mesmo diante do constrangimento de julgar colegas, não fugiu de sua responsabilidade, e em nenhum momento desrespeitou os demais. E admitiu que às vezes teve a impressão de que mais cuidou da crise política do que da Câmara.

- Mais presidi a crise do que a Casa nesse período, mas não fugi. Enfrentando momentos difíceis, a cada quarta-feira julgando cassações de colegas, enfrentando grupos desesperados que invadiram a instituição. Mas em nenhum momento fugi. Neste período, esta Casa foi presidida por alguém que não temeu nem fugiu de sua responsabilidade - desabafou.

O comunista disse que há 16 anos está na Casa e que assiste a um momento sublime para a democracia brasileira. Emocionado, Aldo lembrou que nasceu "na roça nas Alagoas" e que sua mãe, viúva aos 27 anos, conseguiu criar seus filhos com respeito às leis e ao Brasil. Agradeceu à generosidade dos brasileiros, que o elegeram mais uma vez para a Câmara, e disse que, como democrata, sente-se privilegiado por viver esse momento da democracia brasileira.

- Para um democrata, para quem acredita na soberania popular, isso é um momento sublime para a democracia do país. O povo, em sua generosidade, me elegou pela quinta vez para a esta Casa. E vocês (deputados) me elegeram num momento de crise política - afirmou.

Fugindo a seu estilo moderado, mas sem fugir das citações históricas, Aldo voltou a falar do corneteiro de Pirajá, personagem que virou símbolo de sua campanha e que teria sido essencial na derrota dos portugueses pelas tropas brasileiras na Bahia. Aldo disse que, apesar de manter-se firme na disputa, aceitará com resignação uma eventual derrota e afirmou que suas diferenças para Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-SP) são meramente ideológicas.

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