As críticas feitas na manhã desta quinta-feira pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) à falta de votações da Câmara foram registradas logo depois durante reunião da Mesa Diretora da Câmara. As declarações de Renan, que tentou mostrar que o engessamento do Legislativo não se deve ao Senado e sim à Câmara, foram consideradas injustas e inoportunas, mas os integrantes da Mesa optaram por não responder formalmente ao ataque. Ficou o consenso de que a resposta será dada com trabalho.O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), antes de entrar para a reunião da Mesa, já demonstrava a disposição de não contribuir para um acirramento nas relações entre as duas Casas:
- Não vou comentar as opiniões do nosso presidente Renan. Não vou comentar as declarações de um amigo e homem público pelo qual tenho muita estima e respeito sem o conhecimento prévio da fala. Isso seria leviano - disse Aldo.
Ao deixar a reunião da Mesa, no entanto, provocados pela imprensa dois integrantes, adversários de Renan no estado, rebateram as críticas.
- Encaro como um momento de extrema infelicidade do presidente do Senado. É indispensável verificar o funcionamento da Câmara. Não é justo dizer que não se votou nada, votamos a MP do Bem e essa do Mal, que é a da Super Receita - disse o primeiro vice-presidente, José Thomaz Nonô (PFL-AL), acrescentando:
- Ele tem o direito de externar sua posição, mas foi um juízo de valor equivocado, como outros que têm sido feitos pelo presidente do Senado. Acho que ele vai meditar e refluir.
O quarto-secretário, João Caldas (PL-AL), ironizou:
- O momento já está pouco conturbado e ele ainda quer colocar uma pimentinha! O PMDB vive disso.
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