O líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse nesta quinta-feira que a Coteminas, empresa do vice-presidente José Alencar, não cometeu irregularidade ao receber R$ 1 milhão do PT em pagamento de um parcela de uma dívida de R$ 12 milhões contraída pelo PT. O pefelista, que conversou ontem com o presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, filho de Alencar, disse que a empresa tomou as providências para declarar o dinheiro recebido. Segundo Aleluia, Josué apresentou uma vasta documentação defendendo a idoneidade da empresa na venda de 2,7 milhões de camisetas ao PT.
- A empresa emitiu formalmente as notas fiscais, mas o PT não pagou. A empresa então renegociou a dívida e acertou um novo cronograma de pagamento. O PT continuou a não pagar. A Coteminas insistiu na cobrança, até que uma funcionária do partido levou, em moeda nacional, a quantia de um milhão de reais. Eles (a Coteminas) foram zelosos. Compareceram ao banco e fizeram o depósito da quantia como sendo realizado pelo PT. Indicaram o CNPJ do Partido dos Trabalhadores. Pagaram os impostos correspondentes a toda venda. O único crime fiscal cometido foi do PT - disse Aleluia.
Segundo Aleluia, numa carta assinada pelo então presidente Tarso Genro endereçada à Coteminas, o PT reconhece a dívida, mas no valor original (R$ 12 milhões), como se não tivesse pago a quantia de R$ 1 milhão.
- A carta de Tarso Genro mostra, no mínimo, que ele queria esconder o pagamento feito em dinheiro. Quando ele manda a carta à Coteminas, faz referência ao valor original da dívida - disse.
Aleluia também criticou a postura do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras no episódio). De acordo com o líder, o órgão, ligado ao Ministério da Fazenda, "deveria comunicar às autoridades competentes, quando concluir pela existência de crime previsto na lei de lavagem de dinheiro".
- Evidentemente, que há indícios de prática de lavagem de dinheiro por parte do PT. O Coaf teria que imediatamente informar ao Ministério Público e solicitar ação da Polícia Federal sobre esse depósito ilícito. Mas o Coaf nada fez. O que mostra que esse pessoal do Conselho, indicado pelo atual governo, está a serviço do acobertamento - disse o pefelista.
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