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Aos 89 anos, a mãe de Eli Srougi está há uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Seu quarto fica a duas portas de distância do local em que estava internado José Alencar até esta quinta-feira (30), quando deixou o leito de emergência no 2º andar e foi levado a um quarto normal no 11º. Assim como o vice-presidente do Brasil e mais cerca de 190 pacientes e seus familiares, além de 110 enfermeiros, a mãe de Eli Srougi estará no hospital no momento da contagem regressiva para 2011.

"Já passamos o Natal na UTI e vamos repetir o encontro no Ano Novo, mas só é permitido entrar um por vez no quarto. É a primeira vez que vou passar o réveillon dentro de um hospital", diz Srougi. "Mas será uma comemoração modesta, minha mãe está com Alzheimer e, às vezes, não lembra nem dos nomes dos filhos."

A enfermeira Fátima Alves tem experiência com datas festivas em hospitais. Este ano ela recebeu a visita de sua filha para o fim do ano, mas à zero hora do dia 1º estará dedicada a seu paciente, Jorge Kornbkuch, marido da neta do escritor Monteiro Lobato, Joyce Campos, e internado no 5º andar do Sírio Libanês. "Há 25 anos estou na área médica e não tenho Natal nem Ano Novo. Para trabalhar em saúde, a pessoa precisa gostar mesmo da profissão", diz ela.

Além de 110 enfermeiros, o Sírio-Libanês terá médicos, equipe administrativa e de limpeza na noite de réveillon em número adequado para o hospital continuar funcionando. Segundo a gerente de enfermagem do Sírio, Regina Conish, o cardápio servido aos pacientes é preparado de forma especial no Natal e no Ano Novo. "Os pacientes internados costumam confraternizar. Apesar de estarem no hospital, fica um ambiente festivo", diz ela.

O advogado João Caio Goulart Penteado, de 68 anos, provavelmente estará dormindo na virada do ano. Internado desde outubro, ele teve de ir para a UTI pela segunda vez, por conta de um tumor na bexiga e outro no pulmão. "No Natal viemos aqui e fizemos uma bagunça com os netos, trouxemos salgadinhos e presentes. No Ano Novo vamos ficar até certo horário porque ele costuma dormir cedo. Temos fé em Deus e desejamos que o ano que vem ele passe o Natal em casa", diz sua filha, Luciana Goulart Penteado.

Já a paciente Sony Atherino, de 86 anos, teve alta nesta quinta-feira e está aliviada por poder passar o réveillon com a família em Florianópolis (SC). O carro que a buscou no hospital foi direto para o aeroporto. "Ela veio de Santa Catarina passar o Natal com os filhos e netos. Mas teve problema pulmonar e ficou sem respirar, foi internada no dia 26", diz a filha Zoe Atherino Dória. "Agora está muito feliz e quer plena paz e alegria para 2011".

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