Pressionado pelos aliados, que querem mais espaço no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificará nesta semana as conversas para formação do ministério do segundo mandato. Lula receberá nesta segunda a cúpula do PMDB, que vai deixar claro que o partido vai dar sustentação ao governo, mas quer quatro pastas na Esplanada - duas para a bancada na Câmara e duas para a do Senado. Depois do PMDB, Lula ainda se reunirá com o PP e o PDT. A prioridade do presidente é indicar o substituto do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que pediu para deixar o cargo.
- A reunião com o PMDB foi marcada a pedido do presidente, que vai começar a conversar sobre a renovação do ministério - disse o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.
Lula se reunirá com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e com os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e no Senado, Valdir Raupp (RO). Para reivindicar os quatro ministérios, a cúpula do PMDB vai dizer a Lula que nunca o partido esteve tão unido quanto em torno de seu governo. No bastidores, no entanto, a história é diferente. O grupo liderado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo senador José Sarney (PMDB-AP), que primeiro aderiu ao governo, quer afastar Temer da presidência e eleger Nelson Jobim para o cargo, no próximo dia 11 de março.
Uma possibilidade seria Temer assumir a vaga de Thomaz Bastos, mas o deputado tem dito que prefere continuar na presidência do PMDB. Jobim também é cogitado para o Ministério da Justiça, mas pesa contra ele o fato de ter ocupado o cargo no governo Fernando Henrique Cardoso. Outros dois nomes cotados para o cargo são Tarso Genro e o ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal.
Segundo o líder do PMDB na Câmara, em conversas anteriores, o presidente Lula havia dito que, depois da sucessão na Câmara e no Senado, voltaria a se reunir com os partidos para fechar a reforma. Henrique afirmou que o partido vai para o encontro disposto a ouvir o que Lula pretende fazer e quais os critérios que ele estabeleceu para a formação do ministério.
- O presidente nos chamou para discutir reforma ministerial. Vamos abertos, sem ansiedade, sem cobrar, mas conscientes da força do PMDB. O PMDB não vai pedinte, mas confiante - afirmou o líder peemedebista.
O partido ocupa hoje os ministérios das Comunicações e o de Minas e Energia. Indicado pela bancada do Senado, Hélio Costa deve continuar no cargo. O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, é indicação de Sarney e pode permancer no cargo, até porque conta com a simpatia da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que considera que Rondeau fez um bom trabalho técnico à frente da pasta.
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