São Paulo (AE) – Foi o cientista político alemão Carl Schmitt (1888-1985), referência do pensamento conservador autoritário, quem conceituou a política através da dicotomia amigo-inimigo. Em seu livro "O Conceito do Político" desenvolveu os princípios do Tratado Político, do filósofo holandês Baruch Spinosa, prescrevendo que amizade e inimizade não constituem apenas elementos da vida política que devem ser considerados pelos estudiosos; mais que isso, constituem o próprio fundamento do exercício político. Schmitt escreveu que a guerra é apenas a realização extrema da inimizade. Sua conceituação estabeleceu, na teoria, o que a prática já tinha evidenciado há séculos: um dos princípios que orientam a política é a conceituação do amigo-aliado e do inimigo-adversário.

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Essa evidência é menos perceptível na prática dos políticos refinados, que operam o conceito sem denunciar sua origem. Mas entre os políticos de baixa extração essa prática deixa evidências mais notórias, chegando a aspectos simplórios na obsessão de distingüir entre aliados e adversários como se tratasse de amigos e inimigos. O princípio explica máximas consagradas na política, como "aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei".

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