Falando com jeito de quem pretende concorrer à presidência da República em 2006, o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, atacou diretamente nesta terça-feira as políticas econômica e social e a falta de investimentos em infra-estrutura ao falar para 200 companheiros de partido. Num pronunciamento duro, interrompido com freqüência por aplausos, sobrou até crítica indireta ao discurso habitual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alencar disse que seu novo partido, o PRB (Partido Republicano Brasileiro), não fará discursos demagógicos na linha: "todo brasileiro tem direito a isso ou aquilo". Frases dessa natureza são frequentemente usadas pelo presidente Lula ao tratar principalmente do combate à fome.
- Não vamos fazer um discurso demagógico: todo brasileiro tem direito a isso ou aquilo. As pessoas ficam frustradas porque esse direito nunca chega. Temos de dar o exemplo através do trabalho - disse Alencar, que mais tarde explicou que fez uma referência genérica a esse "chavão":
- Ninguém mais vai acreditar em frases. Frases não são capazes de ganhar credibilidade.
O PRB nasceu como Partido Municipalista Renovador (PMR), uma legenda identificada com a Igreja Universal do Reino de Deus, mas mudou de nome na tentativa de perder esse vínculo. Na convenção do partido foi aprovada a troca de nome e eleita a Executiva Nacional do partido. Antes de Alencar, que criticou as altas taxas de juros, o baixo nível de crescimento do país e a carência de investimentos em educação, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o sociólogo Mangabeira Unger também atacaram políticas públicas do atual governo.
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