R$ 96.462,00 era quanto os 11 servidores da liderança do MD receberiam em salários todos os meses.
4 deputados é o mínimo para dois partidos formarem um bloco com direito a estrutura de liderança. Juntos, PPS e PMN (que formariam o MD) têm apenas três parlamentares.
O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado Valdir Rossoni (PSDB), afirmou ontem que a Mesa Executiva da Casa suspendeu, no final de agosto, os salários dos 11 servidores que atuam na liderança do MD (Mobilização Democrática) partido que nasceria a partir da fusão entre PPS e PMN, mas que não saiu do papel.
Ontem, a Gazeta do Povo mostrou que mesmo sem existir oficialmente, o partido contava com um gabinete de liderança com onze servidores trabalhando ao custo de R$ 96.462.
"Pedi para suspender os salários e levei a situação para a procuradoria da casa para ter uma posição melhor. Eu mesmo tenho dúvidas sobre o caso", diz Rossoni. Segundo ele, no início do próximo do mês os nomes não estarão mais no portal da transparência do Legislativo. "A atualização é sempre no dia 5 do mês subsequente ao da folha", afirma Rossoni.
O deputado Douglas Fabrício, do PPS, nega qualquer irregularidade. Segundo ele, há apenas uma divergência de nomenclatura. "Estava se formando o MD, era quase certo, mas acabou não se concretizando. Mas temos uma liderança de bancada. Temos uma bancada do PPS e do PMN. O regimento nos permite isso", diz.
Fabrício cita o regimento para dizer que podem ser constituídos blocos com legendas que juntas tenham um mínimo de quatro deputados. Nas eleições de 2010, o PPS elegeu três deputados: Fabrício, César Silvestri Filho e Marcelo Rangel. O PMN elegeu o deputado Dr. Batista. Silvestri foi eleito prefeito de Guarapuava (região Central) no ano passado e Rangel foi eleito prefeito de Ponta Grossa (Campos Gerais). Em seus lugares entraram Tercílio Turini e Alceu Maron Filho.
Maron, no entanto, havia trocado o PPS pelo PSDB em 2011, para disputar a prefeitura de Paranaguá. Embora tenha migrado para o grupo tucano, foi ele quem ficou com a vaga na Assembleia quando Rangel assumiu a prefeitura de Ponta Grossa. Com isso, o bloco PPS-PMN ficou com apenas três parlamentares, o que acabaria com o direito à estrutura de liderança.
O PPS recorreu então à Justiça para cobrar a vaga de Maron. Em março deste ano, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR) chegou a cassar o mandato do tucano por infidelidade partidária. Maron recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que concedeu liminar suspendendo a decisão do TRE e mantendo sua vaga na Assembleia. O mérito da ação ainda não foi julgado.
O deputado Tadeu Veneri (PT) disse que é preciso haver uma decisão definitiva. "É um processo cheio de equívocos. O MD não existe. Não saiu do papel. É preciso que sejam esclarecidos esses equívocos de forma definitiva pela Mesa."
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