A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) suspendeu preventivamente pelos próximos 30 dias a servidora Silvana Bruel. Ela é acusada pela Polícia Federal (PF) de participação no esquema de desvio de dinheiro por meio do pagamento da restituição do Imposto de Renda (IR) de funcionários "fantasmas" e "laranjas" do Legisla­­tivo. O caso foi des­­­­­­coberto pela Receita Federal (RF), que revelou a existência de uma organização criminosa que aliciava servidores da Casa e falsificava declarações de IR. Segundo estimativas, o desvio pode somar R$ 2 milhões e en­­­volver 130 funcionários.

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Na última terça-feira, a PF, em parceria com a Receita e o Ministério Público Federal (MPF), apreendeu durante a Operação Tubarão documentos na Assembleia e em outros quatro endereços de Curitiba – essa foi a segunda vez que policiais entraram no Legislativo paranaense para apreender provas de supostas irregularidades.

Oficialmente, a RF cobra R$ 62 mil de três ex-diretores da Assembleia pela fraude, em virtude de sete casos de funcionários fantasmas em que os supostos "laranjas" confirmaram em depoimento que tinham o nome usado na irregularidade e não ficavam com os valores restituídos do IR. De acordo com a Receita, há "fortes indícios" de irregularidade em outros 66 casos, mas depois da operação de terça-feira o número de fraudes pode dobrar e chegar a cerca de 130 servidores com restituições irregulares, o que somaria um desvio de cerca de R$ 2 milhões.

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Diante da irregularidade, a PF abriu uma investigação e indiciou três pessoas por formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica – entre elas Silvana Bruel. Uma delas – Alessandra Medeiros Ra­­dichewski – era funcionária comissionada do Legislativo até o mês passado e a outra é um contador que não teve o nome revelado.

Silvana foi indiciada, em parte, pelo depoimento da empregada doméstica Edilia Maria Alves da Silva. Ela trabalhava na casa do irmão da servidora e declarou que Silvana a teria colocado como laranja na Assembleia em troca de R$ 100 por mês. A empregada disse ainda que nunca ficou com o dinheiro restituído do IR.

De acordo com a Assem­­­bleia, as gratificações de Sil­­­vana, que é chefe do setor de telefonia, foram cortadas e ela só vai receber o salário-base. Além disso, uma sindicância foi aberta pela Procuradoria da Casa para apurar a denúncia.

O advogado da servidora, Elias Mattar Assad, disse que só comentaria a suspensão da cliente após receber uma confirmação oficial da Assem­­­bleia. Em depoimento à PF, Silvana já havia se negado a prestar informações sobre o caso. (ELG)