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Para Bernardo Carli, deputados não são “fábrica de leis” | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Para Bernardo Carli, deputados não são “fábrica de leis”| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Ao mesmo tempo em que parecem ter jogado trabalho fora na elaboração de emendas ao orçamento, os deputados trabalharam ontem votando dezenas de projetos considerados irrelevantes por eles próprios. No total, foram analisadas 50 propostas em plenário, a maior parte concedendo títulos de cidadão honorário (um deles ao presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade), instituindo datas comemorativas (como o Dia do Cantor e o do Chaveiro) e dando nomes a rodovias. Questionada sobre o assunto, porém, a maioria dos parlamentares agiu como se a qualidade das propostas fosse duvidosa em relação a projetos dos colegas, mas nunca aos deles próprios.

Presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB) justificou que tentou conversar sobre a relevância das propostas, mas não teve sucesso. "Tínhamos uma série de projetos que eu considero não tão relevantes, mas seus autores acham relevantes. Então, eu, como presidente, tenho de colocar em pauta", afirmou.

A opinião foi seguida pelo também tucano Ademar Traiano, líder do governo na Casa. "Não temos como cercear o direito dos parlamentares de ter iniciativas dessa natureza. Então, cabe ao presidente colocá-las em votação. Mas eu, pessoalmente, tenho muita cautela em apresentar propostas que não levam a lugar nenhum", garantiu.

Leonaldo Paranhos (PSC) disse que preferia comentar os seus projetos, como o que isenta agentes públicos de arcarem com os prejuízos em caso de acidentes de trânsito durante o serviço. "Não somos uma fábrica de leis. Tenho sempre preocupação em apresentar propostas que vão ao encontro dos interesses da população", completou Bernardo Carli (PSDB).

Voz isolada

O único a defender publicamente as propostas foi Gilberto Ribeiro (PSB), autor do projeto que institui 29 de junho como o Dia do Chaveiro no Paraná. "Todo projeto tem sua importância, seu devido interesse. O que seria de você se chegasse em casa e não tivesse uma chave para abrir a porta? Toda profissão tem o seu valor. Vocês [jornalistas] não gostam de ser lembrados no seu dia?", questionou.

No total, os deputados aprovaram ontem 48 das 50 propostas da ordem do dia em pouco mais de uma hora.

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