Primeiro Estado a tentar criar uma Comissão da Verdade local, o Rio de Janeiro ainda não conseguiu tirar a proposta do papel. Nesta quarta-feira (17), depois de um ano de tramitação, sete adiamentos e muita polêmica, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) finalmente votou e aprovou por 49 votos a 2 o projeto de lei que formaliza a instituição do colegiado. O texto, no entanto, ainda terá de ser sancionado pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
A comissão investigará violações de direitos humanos cometidas por agentes públicos fluminenses entre 1946 e 1988, em especial durante o período do regime militar (1964-1985).
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), filho do deputado federal e capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PP-RJ), foi o que mais se opôs à aprovação do projeto. Ao longo dos debates desta quarta, ele citou o nome de 13 vítimas civis e militares da atuação de grupos guerrilheiros de esquerda durante a ditadura. Flávio também mencionou a recente condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão, e lembrou que o líder petista atuou nos grupos de luta armada durante as décadas de 1960 e 1970. Além de Bolsonaro, o deputado Édino Fonseca (PEN) também votou contra o projeto.
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