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"Queremos mostrar as obras que a oposição dizia que não existem."

Do governador Roberto Requião, ontem, ao reassumir o cargo, após dois meses dedicados à campanha eleitoral e ao descanso.

Requião esteve com Lula ontem. Conversa produtiva: a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, foi encarregada pelo presidente para ficar três dias no estado ajudando o governador a escolher prioridades para sua administração.

Sem um planejamento de governo voltado para investimentos "desenvolvimentistas", o governador Roberto Requião chegou ao Palácio do Planalto de mãos vazias, sem saber o quê ou em quais setores o Paraná deve reivindicar a participação federal. Segundo release distribuído pela assessoria de imprensa do Palácio, o governador mostrou-se interessado apenas em comprar uma draga para o Porto de Paranaguá.

Daí, claro, a necessidade de Dilma Roussef vir ao Paraná e aqui ficar durante três dias. Caso contrário podem não surgir outras idéias.

Podemos ajudar na montagem de uma pauta prévia, de modo a facilitar o início das conversações efetivas entre o governo estadual e a enviada de Lula, lembrando alguns assuntos de grande interesse paranaense e que sequer foram mencionados durante a campanha eleitoral.

Eis alguns exemplos:

• recuperação dos R$ 180 milhões que o governo federal já havia destinado, a fundo perdido, para a construção do estratégico cais oeste do Porto de Paranaguá. Como se recorda, o dinheiro foi devolvido em 2003 e o cais oeste não foi construído;

• construção da terceira pista do aeroporto Afonso Pena, velha reivindicação que nunca foi encampada pelo governo do estado nos últimos três anos;

• restabelecimento do fornecimento de gás para a termelétrica de Araucária, interrompido por desinteresse do governo paranaense. Sem o gás, a usina continuará parada por mais quatro anos;

• término da duplicação da BR-116, trecho Curitiba-São Paulo, obra vital para a consolidação do grande eixo rodoviário do Mercosul;

• a extensão da ligação ferroviária até Guaíra.

E tem mais. É só pensar um pouquinho.

Como fica a CPI do Rasera?

Quase dois meses depois de sua aprovação, a Assembléia Legislativa ainda não instalou a CPI do Grampo. Parece não existir boa vontade dos dirigentes e nem mesmo da maioria governista para dissipar as suspeitas de envolvimento do Palácio Iguaçu em relação aos serviços de escutas telefônicas ilegais prestados pelo policial Délcio Rasera, lotado como assessor da governadoria e com posto de trabalho no 4.º andar da sede do governo.

Rasera está preso desde o início de setembro em razão de investigações procedidas pelo Ministério Público Estado, que apreendeu em seus escritórios armas pesadas e farto material utilizado em grampos telefônicos, além de milhares de horas de gravações ilegais. Depoimentos de funcionários de Rasera afirmam que pelo menos um trabalho teria sido feito a mando do governador. Rasera nega.

Com a aprovação da CPI, a Assembléia parecia estar disposta a ajudar no esclarecimento, mas nenhuma medida foi tomada visando a instalar a comissão. Os trabalhos da CPI – por que não? – podem até confirmar as repetidas alegações de inocência do governador, segundo as quais não passava de mero acaso burocrático a presença de Rasera no Palácio e de que não mantinha com ele relações de amizade.

A iniciativa da instalação deve partir da Presidência da Casa. O presidente interino, deputado Pedro Ivo Ylkiv (PT), teve quase dois meses para baixar o ato constitutivo da CPI e outro indicando seus membros, obedecendo a proporcionalidade das bancadas. Não o fez, certamente preocupado com a exploração eleitoral oposicionista durante a campanha eleitoral.

Pois bem: a campanha acabou há uma semana. Pedro Ivo exerceu seu último dia de presidente interino ontem. E nada. A esperança, agora, é que o deputado Hermas Brandão, que volta hoje a ocupar o cargo do qual é titular, tome as providências regimentais que lhe competem. A sociedade tem o direito de saber o que acontece nas entranhas do poder. Ou não?

Olho vivo

Cartórios – A respeito de notas publicadas por esta coluna, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR) esclarece que "em nenhum momento houve o entendimento de que um determinado titular de cartório seria beneficiado pela Lei 14.594/04. A real intenção foi a defesa dos interesses de toda a classe dos notários e registradores, pela busca da transparência e do fortalecimento dos critérios técnicos nos concursos públicos para o preenchimento de vagas em cartórios no Paraná." Tradução: a Anoreg não quer que o deputado Hermas Brandão pense que é contra ele que a entidade luta. Está esclarecido.

Copel – A assessoria de imprensa da Copel manda dizer que é da consultoria PriceWaterhouse a indicação da empresa como terceira melhor energética do mundo. O resultado foi obtido com base em entrevistas com mil empresários em 20 países.

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