O deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) confirmou nesta quarta-feira (18) que André Moura (PSC-SE) foi escolhido para ser o líder do governo Michel Temer na Câmara Federal. Segundo o peemedebista, a decisão foi tomada na madrugada desta quarta. André Moura é aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele disputava o posto de líder com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que era apoiado por Moreira Franco, que cuida da área de infraestrutura no governo interino, e pelos partidos da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS).
A indicação do líder de Temer já provocou um racha na base aliada na Câmara. O grupo de partidos que fazia oposição ao governo Dilma ( PSDB, DEM e PPS) entrou em colisão com os partidos do chamado centrão, formado por 13 partidos da Casa que davam sustentação a Dilma e que agora compõem a base de Temer. O centrão ganhou a disputa: André Moura é do grupo. Temer preferia Rodrigo Maia, mas recuou.
Condenado
No último dia 2, André Moura teve uma condenação confirmada em segunda instância por uso de dinheiro da prefeitura de Pirambu, em Sergipe, para pagar, com dinheiro público, despesas suas e da família com tira-gosto, bebida alcoólica e churrasco. Moura foi prefeito da cidade entre 1997 e 2004, quando estava filiado ao extinto PFL, hoje DEM. A 1.ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Sergipe rejeitou no mérito um recurso apresentado pelo deputado, e confirmou decisão de primeira instância de 2013, que determina a suspensão por oito anos dos direitos políticos do parlamentar.
Moura também pode ser formalmente acusado na Lava Jato. A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que Moura e outros aliados do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentaram requerimentos e atuaram na Casa para chantagear empresas, entre elas, as do grupo Schahin.
Outro racha
Outro racha na base de Temer é sobre quem será o novo líder do governo Temer na Casa e a solução para a presidência da Câmara, em razão do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo Supremo. PSDB, DEM e PPS querem o afastamento definitivo de Cunha da presidência, com a declaração de vacância do cargo. Os líderes do centrão defendem uma solução intermediária que permita tocar a pauta sem constranger o presidente afastado, que é o líder do grupo. Nessa hipótese, a ideia é que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), faça uma “gestão compartilhada” com outros integrantes da Mesa Diretora.
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