A Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra mais três parlamentares na Operação Lava Jato: o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) - aliado do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) -, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça -e aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha-, e o senador Benedito de Lira (PP-AL), seu pai.

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Arthur e Benedito já haviam sido indiciados pela Polícia Federal e agora foram denunciados formalmente ao Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro.

O relatório da PF havia apontado que os dois acusados tiveram dívidas de campanhas eleitorais pagas pelo doleiro Alberto Youssef e receberam propinas por meio de doações eleitorais oficiais resultantes do esquema de corrupção na estatal.

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Já o deputado Aníbal Gomes é investigado junto com Renan, mas virou alvo de uma ação em separado por ter confessado um crime eleitoral no depoimento prestado aos investigadores.

Denúncia não quer dizer que os envolvidos são culpados. A Justiça agora irá decidir se acata ou não a denúncia. Se acatar, o processo é aberto, e eles viram réus.

Isso porque Aníbal declarou à Justiça Eleitoral que doou R$ 207.400 de seu próprio bolso à sua campanha de deputado em 2014 mas, questionado sobre valores em espécie que guardava consigo, ele revelou que pelo menos a metade era proveniente de doações feitas por terceiros. Segundo ele, tratava-se de “amigos e parentes”.

No depoimento, Aníbal disse que, como os valores recebidos dessas outras pessoas eram “pequenos”, pediu que dessem as doações diretamente para ele mesmo, em vez de doarem para sua campanha.

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Por isso, a PGR acusou-o do crime de declaração falsa à Justiça Eleitoral. Além disso, a PGR continua investigando a relação entre Aníbal, Renan e o esquema de corrupção na Petrobras em um outro inquérito.

OUTRO LADO

A defesa de Arthur Lira e Benedito de Lira informou que ainda não teve acesso à denúncia. Anteriormente, também disseram não ter conhecimento do relatório da PF que pediu o indiciamento.

A reportagem não obteve contato com a defesa de Aníbal Gomes até o fim da tarde desta sexta.