Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), avaliam propor na reunião do Conselho de Ética nesta quarta-feira (20) a paralisação temporária da investigação contra ele e um pedido para que um órgão externo faça uma investigação conclusiva sobre as acusações contra o senador. Essa investigação teria que ser autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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Renan é acusado de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.

"Pode ser uma das saídas. A votação do relatório (que pede arquivamento do processo) ficaria suspensa até chegar a conclusão da investigação, com diligências conclusivas", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES), aliado de Renan.

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Casagrande vem defendendo a continuidade das investigações, mas não adianta seu voto na sessão marcada para as 17h desta quarta. "Vou decidir na hora", afirmou.

Por volta de 16h, Casagrande reuniu-se no plenário do Senado com os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Augusto Botelho (PT-RR), integrantes do Conselho de Ética.

Os três são considerados aliados de Renan, mas não querem o arquivamento do processo. A solução seria, então, propor essa suspensão do processo para que uma investigação conclusiva fosse feita, provavelmente pela Procuradoria-geral, com o aval do STF.

Essa proposta também pode ser apresentada pelo novo relator do processo, Wellington Salgado (PMDB-MG), substituto do titular, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que pediu licença por motivos de saúde.

Salgado defende o arquivamento do processo, diferentemente de Casagrande, mas quer a continuidade das investigações por um órgão externo.

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O problema é convencer a oposição. Democratas e PSDB já avisaram que tentarão adiar a votação. Querem a continuidade das investigações dentro do Conselho de Ética.

Juntos, os dois partidos têm cinco votos, além do voto do corregedor Romeu Tuma (DEM-SP), também integrante do conselho. Somam-se a esses o voto de Jefferson Péres (PDT-AM), também favorável ao adiamento. Com isso, são sete votos contra o arquivamento.

Articulações

O entra e sai tomou conta do gabinete de Renan desde o início da tarde. Já passaram por lá senadores do Democratas, do PSDB - inclusive o presidente do partido, Tasso Jereissati (CE)-, além do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), aliados do PMDB e até o novo relator, Wellington Salgado.

Renan sonda todos e avalia as chances na votação desta quarta. O presidente do Senado tem dito que gostaria que o relatório fosse votado, mas seus aliados dizem que o risco de derrota preocupa Renan.

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