"Estão vendo fantasmas", diz o senador Alvaro Dias
Brasília e Curitiba - André Gonçalves, correspondente
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) negou qualquer envolvimento com as gravações que sugerem a prática de caixa dois e a negociação de apoio do PRTB ao PSDB durante a campanha para a reeleição do prefeito Beto Richa, no ano passado.
Alvaro é citado no vídeo divulgado ontem pela coordenação da campanha de Richa como um possível interessado em uma eventual queda na popularidade do prefeito de Curitiba motivada pela divulgação da informação de que teria ocorrido compra de apoio do PRTB e um caixa 2 na campanha.
"Eles estão vendo fantasmas. Ao invés de se defenderem com competência, tentam tirar o foco do problema", disse o senador. Alvaro disputa internamente com Beto Richa a indicação do PSDB para disputar o governo do Paraná, em 2010.
O parlamentar também definiu como "elucubração" a tese de que estaria negociando com o secretário estadual de Segurança, Luiz Fernando Delazari, uma aliança entre o PSDB e PMDB para a eleição ano que vem, na qual um peemedebista seria candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo senador tucano.
"Parece-me uma questão de incompetência generalizada de gestão de crise. Não tenho qualquer relação com qualquer dos envolvidos nesse caso", disse Alvaro. Ele destacou que, devido ao envolvimento com a CPI da Petrobras, tem viajado pouco ao Paraná. "Como é que eu ia ser mentor de uma coisa dessas, por telefone?"
Delazari, procurado pela reportagem, informou que não se manifestaria sobre as insinuações do material divulgado ontem pelos ex-coordenadores da campanha de reeleição de Beto Richa. Por meio de sua assessoria, informou que só deve falar depois de ver a gravação.
Colaborou Karlos Kohlbach
Assessores e aliados de Beto Richa (PSDB) procuraram ontem relacionar a divulgação de suspeitas de caixa 2 na campanha de reeleição do prefeito de Curitiba e de compra do apoio do PRTB a uma armação política para prejudicar o prefeito de Curitiba em uma possível candidatura, no ano que vem, ao governo do Paraná. E insinuaram que os responsáveis seriam o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), postulante à vaga de candidato tucano ao governo, e o secretário estadual da Segurança, Luiz Fernando Delazari.
Em entrevista coletiva, o coordenador jurídico da campanha de reeleição de Beto Richa (PSDB), Ivan Bonilha, e o presidente do comitê financeiro, Fernando Ghignone, afirmaram que a intenção de quem divulgou as imagens seria atingir Beto Richa, cotado como um dos possíveis candidatos à eleição de 2010 para o governo do estado. "Foi uma armação num momento de definição eleitoral para o governo do estado", disse Ghignone.
Bonilha e Ghignone apresentaram à imprensa um vídeo que registra uma conversa entre eles e Rodrigo Oriente que, segundo os assessores de Richa, seria o responsável pelo vazamento das gravações realizadas no comitê de dissidentes do PRTB.
Na gravação, que foi apresentada e entregue editada à imprensa, há conversas que insinuam que o senador Alvaro Dias seria um dos interessados na divulgação das imagens gravadas no comitê. Alvaro disputa com Beto Richa a indicação do partido para disputar a próxima eleição ao governo do estado.
Além do senador tucano, a gravação apresentada ontem também insinua que Delazari teria interesse na divulgação do vídeo do PRTB. Em jogo, estaria uma possível vaga de candidato a vice-governador para o PMDB na chapa encabeçada por Alvaro.
O presidente estadual do PSDB, o deputado estadual Valdir Rossoni, engrossou o coro na Assembleia. E também saiu em defesa de Beto Richa, tentando relacionar a divulgação das gravações à interesses políticos. Ele disse que a outra parte da história viria à tona e mostraria as "impressões digitais" dos responsáveis pelo vazamento do vídeo. Sem revelar nomes, Rossoni sinalizou que a denúncia teria partido do próprio PSDB para impedir que Beto Richa seja candidato ao governo do estado.
Gravação
Ivan Bonilha afirmou que a conversa com Oriente foi gravada por motivos de segurança. "Não sabíamos com quem estávamos lidando. Ele nos procurou dizendo que tinha denúncias contra a prefeitura e contra a campanha", afirmou.
As primeiras conversas entre Oriente e os dois membros da campanha de Richa, que hoje estão na administração municipal, aconteceram no início de junho. Apesar disso, eles afirmam que Beto Richa só tomou conhecimento das imagens feitas no Comitê Lealdade na última quinta-feira.
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