Deputados da base governista que faltaram na votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que previa o corte de incentivos fiscais para empresas que demitirem funcionários se rebelaram contra os ataques do governador Roberto Requião (PMDB) à Assembleia Legislativa. Irritado com a falta de um voto para a aprovação da PEC e a ausência de 12 deputados na sessão da última quarta-feira, Requião chamou seus aliados de omissos.
O deputado Nereu Moura (PMDB) interpretou o pito como um "falso moralismo". Para ele, "nem mesmo Requião tem o direito de sair por aí achincalhando os deputados da Casa".
Durante evento em Foz do Iguaçu, na última sexta-feira, o governador disse que os que, naturalmente votariam a favor, cometeram um crime porque não se deram ao trabalho de votar. "Em um momento como este, com empregos ameaçados, há deputados que se recusam a ir ao plenário, que vão passear no interior", declarou.
As críticas foram mais sentidas entre os peemedebistas que não participaram da votação. Entre os 12 ausentes, 5 eram do partido do governador. Além do próprio Nereu Moura, faltaram Antônio Anibelli, Edson Strapasson, Luiz Eduardo Cheida e Mauro Moraes.
Para Nereu Moura, cada deputado tem de responder pelos seus atos e ninguém tem o direito de ficar querendo controlar os parlamentares. Ele justificou que não compareceu porque tinha compromissos agendados na sua base eleitoral.
Além de protestar contra a ingerência do governador, Moura chegou a se referir ao projeto como "PEC da propaganda", em uma alusão ao fato de Requião supostamente querer apenas posar de defensor dos empregos.
Outro que não gostou da polêmica foi Edson Strapasson. Ele protocolou um requerimento ontem junto à Mesa Executiva justificando que deixou de votar porque teve de ir a uma consulta médica agendada desde julho de 2008. Strapasson argumentou ainda que tinha interesse em participar da votação da PEC, apesar de considerar a proposta "totalmente inócua".
O líder do governo, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), voltou a defender ontem uma alteração no Regimento Interno obrigando o desconto nos salários dos deputados faltosos. "Por mais que isso incomode algumas pessoas, a regra para o deputado deve ser exatamente igual a que vale para o trabalhador. Se não compareceu ao trabalho tem que ter o salário descontado", afirmou.
Maioria
Apesar do descontentamento de parte da base aliada, Romanelli avalia que o governo vai continuar com maioria folgada na Casa e não há nenhum risco de perder votações. No caso da PEC, ele pondera que não faltaram votos favoráveis, mas deputados no plenário. Eram necessários 33 votos favoráveis à proposta, mas o resultado foi 32 a 9.
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