PT busca um nome; Serra é o provável adversário
A vantagem numérica obtida nestas eleições pela base do presidente Lula pode ser pulverizada em 2010 diante de um dilema que os governistas têm para resolver: encontrar um bom nome que possa ser "vendido" em todos os palanques conquistados.
O resultado final das eleições municipais em todo o país, incluindo o primeiro e o segundo turno, é amplamente favorável aos partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O elevado número de prefeituras conquistadas pelos atuais aliados dará ao candidato (ou candidata) à Presidência apoiado por Lula uma vantagem eleitoral em 2010, caso as legendas da base se mantenham unidas. Embora isso não signifique de forma alguma certeza de vitória na próxima eleição, o escolhido pelo presidente pode ter, daqui a dois anos, mais palanque e um contingente maior de cabos eleitorais do que os oposicionistas.
Os partidos aliados de Lula conquistaram 4.087 das 5,5 mil prefeituras brasileiras. O principal bloco de oposição (formado por PSDB, DEM e PPS) elegeu 1.413 prefeitos. Além disso, as legendas da base conquistaram 21 capitais, cidades de grande peso eleitoral. A oposição ficou só com 5.
A base do presidente também venceu com folga nos números absolutos de votos conquistados no primeiro turno, quando todos os partidos estavam na disputa. Foram 70,9 milhões de votos contra apenas 26,5 milhões dos partidos do bloco oposicionista.
Contexto
Se toda essa estatística vai se mostrar favorável ao candidato de Lula, isso vai depender da conjuntura nacional em 2010, dizem analistas políticos. "Será o contexto que vai dizer como, de fato, a situação deverá ficar. Será que haverá crescimento econômico na época? Isso é fundamental. O nome do candidato é outro fator que influencia. E mais que qualquer coisa", afirma o cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB).
Para Barreto, a base avançou em cidades populosas e, em princípio, está em vantagem em relação à oposição. "É um sinal positivo de que a sociedade está satisfeita com as políticas do governo Lula. Mas isso não é garantia de vitória em 2010." Ele diz que não é possível, a partir de uma eleição municipal, dizer que há vencedores ou perdedores absolutos em relação ao próximo pleito presidencial.
De acordo com Barreto, o grande feito da oposição foi não diminuído muito. "Isso ocorreu porque em grandes cidades o PSDB obteve sucesso." O DEM, com Gilberto Kassab, também acabou ficando com a "jóia da coroa": São Paulo.
O cientista político David Fleischer, também da UnB, igualmente diz que o resultado das eleições de 2008 não se vinculam diretamente à sucessão presidencial. Para ele, o avanço do PT e dos demais partidos da base aliada não significa favoritismo para 2010. "Tanto que as pesquisas presidenciais já feitas mostram o José Serra (PSDB), governador de São Paulo, na frente."
Apesar disso, diz Fleischer, o resultado das eleições municipais deste ano será importante na escolha dos futuros integrantes do Congresso Nacional, também em 2010. "(O resultado desta eleição) vai influenciar na disputa para os cargos de deputados estaduais e federais", diz Fleischer. Prefeitos costumam trabalhar para eleger parlamentares que representem suas cidades no Congresso.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano