Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), articulam para deixar para depois do recesso parlamentar de julho a retomada do processo que ele responde no Conselho de Ética da Casa, informou o Jornal Nacional, da TV Globo.
Renan é acusado de ter pago por intermédio do lobista de uma construtora a pensão a uma filha que teve fora do casamento. O senador nega. Ele sustenta que o dinheiro não era do lobista nem da construtora, mas dele próprio.
Na noite de quinta-feira, senadores aliados se reuniram na casa de Renan Calheiros, em Brasília, e decidiram trabalhar para truncar o andamento do processo até 18 de julho, quando começa o recesso legislativo. Com isso, a decisão ficaria para o segundo semestre.
A oposição protestou. "Primeiro tentaram arquivar sumariamente. Agora querem deixar o barco correr para que um novo escândalo surja e todo mundo esqueça", afirmou o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
A intenção dos aliados de Renan é dar mais 30 dias para a conclusão da perícia nos documentos de defesa do presidente do Senado. Ele afirma que tinha recursos para pagar a pensão e, para comprovar isso, apresentou recibos de venda de gado das fazendas de propriedade dele em Alagoas. A análise preliminar da Polícia Federal apontou inconsistências na documentação. "Já provei a minha inocência. Tenho que aguardar o que vai acontecer", declarou Renan Calheiros.
Estratégia
Em princípio, os aliados do senador alagoano queriam votar rapidamente o arquivamento do processo, mas a estratégia não deu resultado.
O Conselho de Ética chegou a se reunir para votar o arquivamento da denúncia contra o presidente do Senado, mas adiou a decisão devido ao risco de derrota na votação.
O primeiro relator do caso, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), se licenciou por motivo de saúde. O substituto, Wellington Salgado (PMDB-MG), desistiu da função. Os dois eram favoráveis ao arquivamento.
O conselho não voltou a se reunir e enfrenta um impasse porque faltam senadores dispostos a assumir a relatoria.
O líder do PMDB, Valdir Raupp (RO) admite assumir a relatoria. O presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC) ainda não decidiu, mas disse que a prioridade de indicar o relator é do PMDB.
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