Em vídeo de 4 minutos postado no final da tarde de ontem nas redes sociais, a ex-senadora Marina Silva fala à sua militância sobre o acordo fechado com o PSB de Eduardo Campos e reconhece que a união "ainda é muito polêmica".
"Sei que isso é ainda muito polêmico entre nós, mas não tenho dúvida de que essa foi a atitude mais acertada para nos afirmarmos com um partido e influenciar a política brasileira a partir do nosso programa", diz Marina.
Desde então, a mensagem, postada no Facebook e no Twitter (onde Marina tem 766 mil seguidores), tem motivado comentários críticos --vários dizem que deixarão de votar na ex-senadora--, de apoio e de cobrança de que Marina não aceite a condição de vice de Eduardo Campos.
"Sempre fiz muita campanha para Marina Silva e ela se tornou um ícone... Mas essa decepção foi muito grande. Uma jogada puramente eleitoral, contra tudo que ela sempre falava... E ainda VICE!!! Muito ruim", escreveu o seguidor Matheus Marques. "Não queremos Eduardo Campos, queremos Marina para presidente", disse Luciana Lima Gomes.
"Ganhou meu voto. Essa política onde PT e PSDB estão 'reinando' tem que acabar", contrapôs Igor Lins Tolêdo.O vídeo foi compartilhado até as 21h de hoje por 1.769 pessoas no Facebook. Havia ainda 1.096 comentários.
Algumas pessoas contrárias à possibilidade de Marina ser vice de Campos espalharam ainda na internet um "santinho" com os dizeres: "Eu quero Marina Silva candidata à Presidência pelo PSB".
"Estou me filiando para mostrar que o nosso partido vai participar influenciando os rumos do país. Aqueles que pensaram que nos tinham abatido na pista não lograrão sucesso", diz Marina no vídeo.
Em nenhum momento ela cita o nome de Eduardo Campos ou a possibilidade de apoiar a sua candidatura presidencial. Tampouco fala em vice-candidatura.Na entrevista coletiva em que anunciou o acordo, ontem, Marina deixou claro que apoia a candidatura de Campos. Mas ambos não quiseram falar em possibilidade de a ex-senadora ser vice.
O acordo ocorreu após a Justiça Eleitoral negar a criação da Rede Sustentabilidade, partido que Marina tentava montar para disputar a Presidência da República. A maioria dos ministros do tribunal entendeu que ela não conseguiu demonstrar ter obtido o apoio popular mínimo exigido em lei.
Na última pesquisa do Datafolha, do início de agosto, Marina pontua com 26% das intenções de voto. Eduardo Campos tem 8%.
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