Após longas reuniões nos últimos dias sobre a relação do PMDB com o governo federal, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) disse nesta segunda-feira (10) que a aliança com o PT está "garantida" e que discussões internas entre as siglas expõem "solidez" na parceria entre os dois partidos. Na Câmara dos Deputados, congressistas do partido, liderados por Eduardo Cunha (RJ), vêm fazendo duras críticas ao modo como a presidente Dilma Rousseff lida com o PMDB.
Temer disse que o saldo dos encontros recentes foi "muito positivo" e que as duas partes estão "conversando muito bem"."É uma aliança muito sólida e, por mais que muitas vezes se diga que há embaraço, devo dizer com toda a tranquilidade que as conversas que tive ontem à noite e que tivemos hoje com as lideranças do PMDB revelam a solidez da nossa aliança."
Questionado se a aliança entre PMDB e PT está garantida, o peemedebista, que assume a Presidência interinamente hoje em razão da viagem de Dilma ao Chile, respondeu apenas: "Está garantida". Temer fez as declarações em uma rápida passagem por uma feira agropecuária na cidade de Não-Me-Toque (RS).
O vice foi ao interior gaúcho com uma comitiva de peemedebistas, que incluiu o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, e o ministro da Agricultura, Antônio Andrade.
A visita ocorre às vésperas da definição sobre a candidatura do PMDB ao governo do Rio Grande do Sul. Um dos pré-candidatos é José Ivo Sartori, contrário ao apoio do diretório regional à reeleição de Dilma. A decisão será tomada no fim de semana. O escolhido deverá enfrentar o governador petista Tarso Genro em outubro. Temer disse que espera o apoio do PMDB gaúcho para a aliança nacional com o PT. "[Mas] haverá um ou outro que não estará a favor."
Reuniões em série
Henrique Eduardo Alves, em discurso, brincou com a sequência de reuniões do PMDB. Disse que sua chegada ao interior gaúcho precisou ser atrasada e que não pôde participar de uma solenidade prevista porque foi convocado por Temer para as reuniões em Brasília.
Alves disse que ficou até meia-noite em uma "conversa fraterna com o PMDB"."Viríamos às sete da manhã. De novo o culpado foi o Michel [Temer]. Ele disse que não poderia vir mais porque tinha uma agenda importante com a presidenta Dilma."