Enquanto os moradores do bairro Barreirinha, em Curitiba, esperam, o município de Almirante Tamandaré comemora o início de várias obras de pavimentação financiadas pelo governo do estado. Mais de R$ 5 milhões emprestados parcialmente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social estão sendo investidos na revitalização das ruas Francisco Krüeger e Antônio Johnson. As vias são o prolongamento da Avenida Anita Garibaldi, cujas obras estão emperradas pela suspensão do repasse do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU) à prefeitura de Curitiba.
"Temos uma mesma rua, com dois tratamentos diferentes. Em Tamandaré, a obra sai. Aqui nós ainda estamos esperando", diz o padre Leocádio Zytkowski. Uma das diferenças citadas por ele é que o prefeito de Almirante Tamandaré, Vílson Goinski, é peemedebista como Roberto Requião. Já Beto Richa é tucano e faz oposição ao governador.
Outra obra que chama atenção é a revitalização da Avenida Vereador Wadislau Bugalski, uma das principais vias estruturais de Almirante Tamandaré. Ela está orçada em R$ 3,7 milhões, com financiamento total do FDU. Os trabalhos, que abrangem oito quilômetros, começaram em fevereiro e devem terminar em seis meses. Durante a inauguração da obra, Goinski ressaltou a parceria entre o município e a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedu).
Para o vice-líder da oposição na Assembléia Legislativa, deputado estadual Hélio Rusch (PFL), existem vários casos de discriminação de prefeituras que não estão alinhadas ao governador. "E quando alguma coisa é liberada, tem de passar pela mão de um deputado ou alguém de dentro do PMDB, para mostrar a mão do partido", diz.
O parlamentar explica que muitos prefeitos da oposição preferem ficar calados sobre os cortes de empréstimos por medo de retaliação. "Eles preferem ficar sem reclamar do que entrar em confronto com o governador e, ao invés de receber pouco, não receber nada", afirma. Segundo Rusch, a pressão do governo começou durante a campanha para a reeleição de Requião e continuou com perseguições àqueles que ficaram do lado de Osmar Dias (PDT).
Do outro lado, o líder da bancada peemedebista, Waldyr Pugliesi, garante que o Palácio Iguaçu não faz qualquer tipo de diferenciação partidária ao liberar verbas. "São palavras do próprio Requião para todos os secretários: não sei a qual partido pertencem os prefeitos", garante. Pugliesi, que foi secretário estadual de Transportes no mandato passado do governador, explica que a determinação continua após a eleição.
Já o líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), afirmou na semana passada que a situação está realizando um levantamento de repasse de verbas no estado. A intenção é mostrar que as cidades em que Requião perdeu a eleição para Osmar são as que mais têm recebido dinheiro do governo.
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