O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras foi uma "alopragem que foi desmoralizada".

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A fala ocorre um dia após a defesa do doleiro Alberto Yousseff dizer que seu cliente não teve negócios com o peemedebista e que vai enviar uma petição nos próximos dias à Justiça informando que ele não determinou a entrega de dinheiro para o congressista.

A Folha de S.Paulo revelou na semana passada que o entregador de dinheiro de Youssef, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, afirmou que o doleiro teria lhe mandado entregar dinheiro numa casa que seria do deputado. Ele seria citado na delação premiada de Yousseff, segundo pessoas que acompanham as investigações da Operação Lava Jato.

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O Ministério Público Federal pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que um inquérito seja aberto para apurar se Cunha teve participação no esquema.Cunha sustenta que é alvo de uma montagem política para prejudicar sua candidatura ao comando da Câmara.

"No primeiro momento, [essa acusação] foi desmoralizada por si mesma porque os endereços [da entrega do dinheiro] não diziam [respeito] a mim. Depois, teve [notícia de] que era citado na própria delação. Agora, o advogado desmentiu isso. Eu diria que isso é uma alopragem que foi desmoralizada", afirmou o deputado."Tentaram criar um constrangimento para minha candidatura através de denúncias falsas, vazias, com intuito de beneficiar outras candidaturas. Foi um tiro na água, e de festim."

Cunha não quis apontar os responsáveis pelo que chamou de alopragem. "Eu não faço com o outro aquilo que eu não gostaria que tivesse comigo. Eu não atribuo culpa a ninguém sem provas. Alguns tentam me atribuir coisas sem provar, não vou comentar com os outros o erro. Tratou-se de uma alopragem."

Segundo o líder, seu suposto envolvimento ampliou sua candidatura. "A reação é positiva. Só encontro solidariedade e revolta. Eu acho que ganhei muitos votos com essa denúncia vazia."

Cunha afirmou que vai tomar medidas contra quem o envolveu no escândalo. "Não quero misturar o processo eleitoral com as atitudes que vou tomar. Pode ter certeza que não vou deixar esse assunto barato. Vou buscar os responsáveis por essas alopragens estejam onde estiverem."

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HegemoniaCunha deve concluir na próxima segunda as viagens que fez aos Estados em busca de votos. Ele geralmente encontra governadores e representantes da bancada. -e promete rodar os 26 Estados e o Distrito Federal.

Até agora, Cunha tem apoio do Solidariedade, DEM, PRB e PTB. Ele, no entanto, diz que sua base é mais ampla e que só vai anunciar todos os apoios no dia da eleição, 1º de fevereiro, por estratégia. "Agora é hora do jogo do esconde."

Ele disse que não está preocupado com pressão do Planalto sob a base governista. O peemedebista afirmou que há um clima na Casa de evitar a hegemonia do PT."Acho que o PT se isolou na Casa. Os deputados não querem no Legislativo a hegemonia que o PT tem no Executivo. Isso fica claro em todas as conversas. Não adianta o PT vender agora que é independente, ele não vai convencer que não é submisso ao governo", afirmou.