Porto Alegre (Folhapress) A queda acentuada do quórum no segundo turno da eleição para presidente do PT prejudicou o candidato ligado ao Palácio do Planalto, Ricardo Berzoini, e deve levar a uma disputa acirrada contra o "radical" Raul Pont, segundo prevêem os organizadores da votação.
Os primeiros resultados da apuração saem amanhã à tarde, mas o vencedor só deve ser conhecido no final da semana. Votaram hoje cerca de 150 mil petistas, quase a metade dos 314 mil que compareceram às urnas no primeiro turno, há três semanas. Na ocasião, o alto comparecimento, de quase 40%, foi apontado como prova de que o partido começava a dar a volta por cima após o maior escândalo de sua história. Hoje, no entanto, nem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que votou em Brasília, contribuiu para evitar a apatia.
O problema para Berzoini é a geografia do desânimo da militância. As quedas mais expressivas no comparecimento ocorreram em alguns dos seus maiores redutos. Na cidade de São Paulo, a máquina eleitoral da família Tatto, que deveria ter despejado votos no ex-ministro do Trabalho e da Previdência, não funcionou. Votaram apenas 8 mil petistas, contra 21 mil no primeiro turno. No Estado de São Paulo, 30 mil filiados votaram, menos da metade dos 70 mil de 18 de setembro. No Rio, o comparecimento caiu 40%. Já em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, onde Pont é forte, o comparecimento caiu menos.
Bastaram os números do comparecimento serem divulgados para a Democracia Socialista, corrente de Pont, comemorar. "A queda no quórum em São Paulo nos beneficia. Os filiados mais politizados é que votaram agora e isso beneficia o Pont", disse o secretário de Formação Política do PT, Joaquim Soriano, um dos coordenadores da campanha de Pont.
Berzoini obteve 42% dos votos no primeiro turno e por isso é ainda considerado favorito, mesmo com o baixo quórum. Seu adversário teve 14,7% e conta beneficiar-se dos demais candidatos da "esquerda" petista, mas foi prejudicado com a saída de um grupo grande deles do partido, há duas semanas.
Francisco Rocha, coordenador do Campo Majoritário, ala de Berzoini, admite a preocupação, mas diz que o quórum baixo teria prejudicado também Pont. "É evidente que o quórum maior em São Paulo nos ajudaria. Mas não sei se prejudica o resultado final. Houve queda de quórum também para eles."
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