Entrada do anexo do TJ, em Curitiba: servidores que ganham muito acima da média de mercado estão em sua maioria aposentados, assegurou o presidente do Tribunal de Justiça| Foto:

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) culpou o passado pelo pagamento de salários muito acima da média de mercado a servidores contratados para funções como a de porteiro, copeiro e agentes de limpeza, por exemplo. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Hoffmann, afirmou que esses casos – como o de um copeiro que ganha R$ 8.500 mensais – são "situações antigas", em sua maioria de funcionários já aposentados e que integram carreiras já extintas pelo TJ.

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"O Tribunal de Justiça extinguiu essas carreiras e passou a contratar mão de obra terceirizada. Nós contratamos terceirizados com salários menores do que teríamos de pagar se fossem do quadro do Tribunal", justificou Hoffmann.

Segundo ele, a maioria desses servidores são aposentados e recebem vantagens em seus vencimentos adquiridas antes da Constituição de 1988. Esses benefícios atualmente não existem mais, como os quinquênios – gratificações recebidas a cada cinco anos de serviço.

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Nova função

De acordo com Hoffmann, há também situações de pessoas que entraram no TJ em concursos para funções como de telefonista ou de ascensorista que se formaram em Direito e foram aproveitados por desembargadores em comissionados, que são de livre nomeação. Nesses casos, diz Hoffmann, a remuneração indicada na internet para essas pessoas é a recebida em cargo comissionado, não a que teriam direito de receber se estivessem na função em que foram concursadas. Na lista de salários do TJ divulgada na internet há um telefonista com salário de R$ 12.720 e um ascensorista que ganha R$ 6.647.

Ao ser questionado sobre as disparidades existentes entre salários pagos pelo TJ e pela iniciativa privada, Hoffmann disse não ser possível comparar os dois setores. O presidente do TJ afirmou que, em qualquer área, a atividade pública tem uma disparidade de remuneração em relação à atividade privada. "Eu acho que a qualificação do profissional, em qualquer setor público, merece ser bem remunerada."

Hoffmann afirmou, ainda, que o TJ está realizando estudo para a readequação de seu quadro funcional, para, se constatada distorção, corrigi-la."Nós estamos realizado estudos para fazer readequação do quadro funcional do TJ, que foi uma das primeiras coisas que adotei na minha administração."

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