O PSDB vai rachado para a reunião da Executiva Estadual na segunda-feira que vai definir se o partido fica na oposição ao governo do estado ou se os deputados ficam liberados para votar como quiserem. A bancada federal quer uma linha oposicionista, a maioria dos deputados estaduais quer continuar apoiando o governador Roberto Requião (PMDB) e o senador Alvaro Dias (PSDB) defende que o assunto não seja discutido agora.
Para Alvaro Dias, é hora de pensar na reestruturação partidária de olho nas eleições do ano que vem para prefeito. "Devemos ter um partido forte para podermos brigar por um projeto de poder. A briga entre o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o governador, assim como o apoio ou não ao governo estadual, não deve ser debatida agora", afirmou Alvaro Dias, desqualificando as críticas de que essa posição seria adotada em benefício próprio.
Há tucanos que consideram que dessa forma o senador manteria ao seu lado os deputados estaduais que apóiam Requião e que poderiam apoiá-lo no futuro. "Ninguém está autorizado a falar em minhas pretensões. Em relação a 2010, a única manifestação minha é a de que o PSDB deverá ter candidato ao Palácio Iguaçu e um projeto de poder. Isso sim é obrigação do partido. E quem não concordar com isso no momento certo, aí sim, deve sair da legenda".
De acordo com Alvaro, seria cedo demais pôr em jogo nomes para a sucessão de Roberto Requião. Dentro do PSDB, os nomes mais cotados para a disputa seriam o do próprio senador e o de Beto Richa. A defesa de candidatura própria dos tucanos ao governo do estado daqui a quatro anos colocaria em situação conflituosa o partido com o senador Osmar Dias (PDT), que também sonha com a disputa novamente.
"Assim como não devemos discutir nomes do PSDB para 2010, seria absurdo discutir também em relação a outros partidos. E quatro anos, na política, é uma eternidade. A precipitação leva ao insucesso", analisou Alvaro. "O erro do PSDB foi se posicionar quanto à disputa de 2006 cedo demais. Quando decidiu ficar ou com o governador Requião ou com o senador Osmar Dias, e não ter candidato próprio, o PSDB errou. O partido abriu mão de um projeto de poder lá atrás. Agora, não é o momento de se decidir posicionamentos dessa ordem. Isso seria incompetência política e causaria trauma na estrutura do partido", disse, destacando que se os peessedebistas agiram sem decisões até esse período, seria melhor se manter assim por enquanto. "O contrário seria pôr fogo no circo".
Os deputados estaduais tucanos que apóiam o governo se reuniram ontem com o prefeito Beto Richa (PSDB) para reafirmar a posição de continuar apoiando o governo. Segundo o líder da bancada, Luiz Nishimori, há uma crise entre o prefeito e o governador, mas é uma "briga pessoal" e não do partido. "Nós votamos com o governo há quatro anos e trabalhamos para o Requião na campanha. O PSDB tem que continuar liberando os deputados", disse.
Para o deputado Luiz Fernandes Litro, o PSDB não lançou candidato a governador e ainda perdeu a chance de eleger o vice-governador quando barrou a aliança com o PMDB e a candidatura de Hermas Brandão. "Agora não podemos perder mais nada. Ganhamos a eleição com Requião e vamos ficar do lado dele para poder levar recursos para nossos municípios", disse.
Os tucanos governistas não acreditam numa definição do partido. "O próprio Beto disse que não vai controlar o voto dos deputados e cada um é livre para votar como quiser", disse Francisco Buhrer. O presidente estadual, Valdir Rossoni, não quer comentar a polêmica e disse que a decisão só será tomada na segunda-feira.
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