Valério diz que mensalão pagou despesas de Lula, relata jornal

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza disse, no depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República, que o esquema do mensalão ajudou a bancar "despesas pessoais" de Luiz Inácio Lula da Silva

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O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), vai apresentar à bancada tucana, nesta terça-feira (11), uma proposta pela apresentação de requerimento pedindo a convocação do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do mensalão. O objetivo é fazer com que Valério apresente mais detalhes do teor de depoimento sigiloso dado por ele ao Ministério Público Federal, em setembro deste ano.

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Revelado nesta terça pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o depoimento traz acusações diretas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Valério afirmou aos procuradores que pagou despesas pessoais de Lula em 2003, por meio de depósitos na conta de uma empresa do ex-assessor pessoal de Lula, Freud Godoy. Ele também relatou que Lula avalizou pessoalmente, em encontro no seu gabinete, no Palácio do Planalto, os empréstimos contraídos junto ao Banco Rural para alimentar o esquema de compra de apoio parlamentar. Ainda segundo Valério, suas despesas com advogado são pagas pelo PT.

Para Alvaro Dias, o eventual pedido de convocação será um "gesto político", já que as chances de aprovação são pequenas. Segundo ele, o que cabia à oposição, minoritária no Congresso, já foi feito: uma representação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedindo a abertura de investigação sobre a participação e conhecimento de Lula sobre o esquema do mensalão.

"Eu não gosto de criar expectativas. Eu vou apresentar essa proposta na reunião de bancada, mas sabemos que o governo não vai deixar convocar. Eles não deixam vir nem a Rosemary [Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo], envolvida na operação Porto Seguro", disse o senador.

Para o presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO), Valério precisa ir além do depoimento e provar o que diz. Mas, segundo ele, não cabe aos parlamentares provocar o empresário nesse sentido. "Temos que esperar as provas", disse.