Se a eleição para governador do Paraná fosse hoje, o prefeito Beto Richa e o senador Alvaro Dias, ambos do PSDB, seriam os nomes com maiores chances de vencer a disputa, tendo o senador Osmar Dias (PDT) como único capaz de enfrentar um dos tucanos. A pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra empate entre Alvaro Dias e Beto Richa em quatro possíveis cenários da pesquisa estimulada, com 39% e 52%. Já na pesquisa espontânea (em que o nome dos candidatos não é apresentado) o prefeito leva vantagem sobre todos os pré-candidatos. Ele aparece com 9%, enquanto os irmãos Alvaro e Osmar Dias têm 6%. Os outros não atingiram 1%. Na espontânea, o nome do governador Roberto Requião lidera as intenções de voto, com 16%, embora ele seja impedido de disputar a reeleição.
Nas simulações sem Beto Richa, Alvaro Dias aparece na frente do irmão com 39% a 27%. Sem Osmar Dias, o tucano aumenta seu desempenho e pode vencer a eleição no primeiro turno, com 52% contra 10% do segundo colocado, Rubens Bueno.
Beto Richa também leva a melhor sobre Osmar Dias, com 39% a 31%. Se o senador estiver fora da disputa, aumenta a chance de o prefeito ganhar a eleição no primeiro turno com 52%, o mesmo porcentual do outro cenário liderado por Alvaro Dias. Rubens Bueno aparece novamente na segunda posição com 10%.
Em todos as situações, o vice-governador Orlando Pessuti, do PMDB, oscila entre 7% e 8%, enquanto o pré-candidato do PT, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, não ultrapassa 4%.
Com larga vantagem sobre os demais concorrentes, Alvaro Dias e Beto Richa defendem a continuidade da aliança com o PDT e o PPS, o que tornaria o grupo "imbatível" na eleição. Como Rubens Bueno já anunciou que não será candidato, PSDB e PDT precisam chegar a um consenso.
Beto Richa disse ter ficado "honrado" com o resultado, mas ponderou que todos precisam ter sabedoria e desprendimento para manter o grupo unido nas eleições.
Sobre a definição de nomes, ele considera cedo demais. "O momento oportuno para discutir isso é no próximo ano, quando escolheremos o melhor nome que reúna as condições de representar o grupo e vencer as eleições", afirmou.
A aliança, segundo Beto Richa, tem nomes com credibilidade, como Alvaro Dias, Osmar Dias, Rubens Bueno e Gustavo Fruet, mas "se cada um puxar para o seu lado vai ser difícil ficar unido".
O senador Alvaro Dias também espera manter a aliança PSDB-PDT-PPS e descarta a possibilidade de enfrentar o irmão Osmar Dias. "Eu não disputo contra ele e ele não disputa contra mim." No entanto, se o PSDB o escolher e o PDT lançar Osmar, Alvaro Dias diz que pretende manter sua candidatura.
Para o senador, a pesquisa Datafolha revelou um cenário bem próximo do que ele vinha traçando em sua avaliação pessoal. Com vantagens entre 8 e 42 pontos sobre os nomes que ficaram em segundo lugar, ele afirmou que o resultado "não interfere" em suas decisões e que se mantém como alternativa ao nome de Beto Richa dentro do PSDB.
O senador Osmar Dias não quis comentar o resultado. Ele informou, por meio de sua assessoria, que não analisa pesquisas desde 2006, quando os institutos Datafolha e Ibope revelaram que não teria 2º turno na eleição para o governo do estado e erraram.
Os números foram surpresa para Rubens Bueno. "Não disputei eleição em 2008, não faço campanha, não tenho exposição na mídia e não fazia a mínima ideia de uma pesquisa com esse resultado", disse.
Apesar do bom desempenho, ele reafirmou que abriu mão da candidatura para que a aliança se consolide. Para Rubens Bueno, o grupo precisa dar uma resposta ao que o povo do Paraná está esperando. "Todos nós teremos responsabilidade de, no momento certo, não só manter a aliança, mas lançar uma candidatura de fôlego para ser vitoriosa", afirmou.
Orlando Pessuti também gostou do resultado. Nas pesquisas internas realizadas em dezembro, ele diz que aparecia com 3 pontos e agora está com 8. "É um crescimento lento, mas firme. No ano que vem nas convenções temos condições de estar com mais de 20% das intenções de voto", prevê.
O ministro Paulo Bernardo não foi localizado para analisar a pesquisa. Segundo a presidente estadual do PT, Gleisi Hoffmann, ele estava num compromisso fora.
Alianças
Faltando pouco mais de 18 meses das eleições, as alianças nacionais ainda podem mudar o atual quadro político no Paraná. O governo federal trabalha para unir a pré-candidata a presidência da República, Dilma Rousseff (PT), e o senador Osmar Dias, numa aliança entre os dois partidos. Nos dois cenários da pesquisa Datafolha em que aparece Osmar Dias, nenhum nome do PT é colocado como adversário.
Do outro lado, Alvaro Dias e Beto Richa trabalham para dar um palanque forte para a candidatura do PSDB nacional. O partido também não descarta a possibilidade de apoio do PMDB do governador Roberto Requião.
Embora o PMDB trabalhe pela candidatura própria, as conversas sobre uma aliança com o PSDB nao foram suspensas.
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