Alvaro e Richa não descartam bate-chapa

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Diante do impasse do PSDB paranaense em chegar a um consenso sobre a disputa ao governo do estado, os dois pré-candidatos do partido – o prefeito de Curitiba Beto Richa e o senador Alvaro Dias – já não descartam um bate-chapa pa­­ra a escolha do nome tucano que concorrerá ao Palácio Iguaçu. Ho­­je, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), se encontra em Brasília com Richa e Alvaro para tentar um entendimento. Caso isso não ocorra, os dois paranaenses podem se enfrentar na convenção estadual do partido, em junho. Na sexta-feira, Guerra já havia se reunido com Richa e Alvaro para tentar um entendimento.

Beto Richa ontem declarou que a escolha não vai deixar ninguém machucado ou sequelas dentro da legenda. Ele ressaltou ainda que, se não houver acordo, será inevitável um bate-chapa.

"Esse entendimento é desejável no partido para que ninguém saia machucado, para que não tenha sequelas e possamos, realmente, estarmos todos juntos no mesmo propósito, que é defender os interesses do povo do Paraná, apresentando um grande projeto de desenvolvimento econômico e social para o estado", disse Richa.

O senador Alvaro Dias também não deixa de cogitar a possibilidade de concorrer com Richa na convenção, ainda que de forma contida. "Tenho o direito de disputar a convenção em junho. Mas não sei se isso é conveniente; não avaliei ainda porque prefiro não atropelar as etapas", disse ele.

O senador disse que gostaria que ocorresse um entendimento hoje, mas acha difícil. Alvaro considera que, enquanto houver espaço, ele vai continuar "com certa intransigência" defendendo a tese de que seu nome seria o único ca­­paz de evitar um racha entre PSDB e PDT no Paraná e oferecer um palanque forte para o presidenciável José Serra (PSDB), inclusive com a presença de outros partidos, como o PMDB.

Segundo Alvaro, a direção nacional do PSDB "tem a leitura clara desse quadro", mas por uma questão de princípio e, para não agredir o partido, não quer interferir ou intervir na direção estadual. "Por isso (a cúpula nacional) está administrando o entendimento. Não existirá intervenção e eu não defendo isso. Só espero um entendimento com base no interesse maior. Minha candidatura agregaria força eleitoral ao projeto nacional, não por méritos meus, mas pelas circunstâncias", afirmou.

Um dessas circunstâncias seria, segundo o senador, a desistência do irmão, Osmar Dias, de disputar o governo. "Nossa relação fraterna é indestrutível", disse. "Mas, se o candidato for o Beto, Osmar fica dispensado do compromisso da fraternidade e não tem outra alternativa a não ser disputar a eleição. E aí estaremos dividindo o bolo dos nossos votos", prevê Alvaro.

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, convocou uma reunião da executiva estadual para hoje à noite. O objetivo será analisar o resultado do encontro de Brasília. "Se der acordo, será maravilhoso. Mas, se não der, paciência. Não se faz omelete sem quebrar ovos", declarou, se referindo à possibilidade de convocar o diretório estadual para a escolha de Beto Richa.