Antes de depositar na urna o voto para Tião Viana (PT-AC), o senador Alvaro Dias (PSDB) mostrou a cédula para os colegas Aloízio Mercadante (PT-SP) e Arthur Virgilio (PSDB-AM). Segundo ele, essa foi a maneira de comprovar a fidelidade ao partido, que fez uma polêmica aliança com os petistas na semana passada. O paranaense foi contra o acordo e era apontado como um dos tucanos que iria "trair" Viana.
Após o resultado, o paranaense voltou a defender que a melhor opção para a oposição era ter lançado candidatura própria. "O PSDB e o DEM têm, juntos, 27 votos. Garanto que, se tivéssemos escolhido um nome entre os nossos apenas para marcar posição, conseguiríamos ao menos igualar a marca do Tião (32 votos)." Alvaro destacou que a eleição de ontem ficará marcada pela divisão tanto na base do governo quanto na oposição.
Os dois outros senadores do Paraná também votaram em Viana. Osmar Dias articulou o apoio integral dos cinco senadores do PDT ao petista. "Fizemos o possível, mas acho que o resultado ficou dentro do esperado." Segundo Osmar, é necessário dar um voto de confiança à nova gestão de Sarney. "Não é porque ele é uma pessoa experiente que não pode fazer uma opção pela renovação. Depende daqueles que o senador irá escolher para acompanhá-lo."
Após a apuração dos votos, Flávio Arns (PT) enfatizou que espera de Sarney uma gestão que garanta a independência do Senado em relação ao Poder Legislativo. Na semana passada, porém, ele foi crítico em relação à candidatura do peemedebista. "Se ele vencer de novo, será uma lástima", disse.