A empreiteira OAS protocolou nesta terça-feira (31) o pedido de recuperação judicial do grupo em uma vara empresarial de São Paulo. O endividamento total do grupo é de R$ 9,2 bilhões, dos quais R$ 8 bilhões estão incluídos no pedido. Se for aceita pela Justiça, a recuperação judicial será uma das maiores já feitas no país.
Para pagar as dívidas, a OAS informa que colocou à venda sua participação na Invepar (24,44%) – que tem a concessão do aeroporto de Guarulhos –, sua fatia no estaleiro Enseada (17,5%) – um dos fornecedores da Sete Brasil –, a OAS Empreendimentos (80%), a OAS Soluções Ambientais (100%) e na OAS Defesa (100%).
Problemas
Uma das maiores empreiteiras do país, a OAS é alvo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A construtora, fundada em 1976 e com operação em 19 países, é uma das acusadas de pagar propina a ex-funcionários da estatal em troca de vantagens em licitações e contratos.
Ao ser incluída entre as investigadas na operação em 2014, a empresa passou a ter dificuldades para firmar empréstimos.
O BNDES também suspendeu pagamentos de financiamentos à exportação concedidos a clientes da OAS no exterior, o que piorou a situação de caixa da companhia no curto prazo, afirma o documento.
Com isso, em novembro, a agência de risco Standard & Poors rebaixou a nota de crédito da empresa, fazendo com que credores tivessem o direito de pedir o pagamento antecipado das dívidas da empresa. A decisão de cortar a nota da empreiteira foi seguida por outras agências nos meses seguintes.
A Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, desistiu ainda de injetar em fevereiro R$ 200 milhões na OAS Empreendimentos, empresa da qual é sócia.
Mesmo caminho
Outras duas companhias acusadas de fazer parte do esquema na Petrobras já seguiram o mesmo caminho e pediram proteção à Justiça para escapar da falência: Alumini Engenharia (ex-Alusa) e Galvão Engenharia.
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