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O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Evangevaldo Moreira dos Santos, anunciou no site da empresa, nesta sexta-feira (10), que deixa o cargo. Sua demissão era esperada. Evangevaldo, na verdade, foi demitido. Alvo de várias denúncias, o Palácio do Planalto queria sua saída.

Ligadíssimo ao líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), Evangevaldo tentou se segurar no cargo ao máximo. Esta semana, ele esteve no Palácio do Planalto com um grupo de servidores, numa tentativa de continuar. O seu virtual substituto será o atual diretor financeiro da Conab, João Carlos Bona Garcia, gaúcho que atuou na luta armada e amigo da presidente Dilma Rousseff de muitos anos. O provável novo presidente da Conab foi teve sua militância política retratada no filme "Em teu nome".

Evangevaldo entregou sua carta de demissão na terça-feira no Palácio do Planalto. Ele, agora, vai dedicar-se a campanha de Jovair para a prefeitura de Goiânia.

Na carta, o agora ex-presidente da Conab explica que nada tem a ver com irregularidades, que não foi alvo das investigações da Controladoria Geral da União (CGU) e diz que foi realizado na sua gestão. Evangevaldo disse ter sido alvo de factoides.

"Embora o dever da imprensa seja informar a verdade e não colaborar com a propagação de factoides que, às vezes, são produzidos por interesses escusos objetivando induzir a opinião pública ao erro, não é isso o que temos visto. Mas, ao contrário, os meios de comunicação, ao arredondar notícias, não têm resgatado as informações e defesas amplamente divulgadas pela Conab e por mim, apenas "requentando" meias informações já devidamente rebatidas, prática que tem resultado num grande desserviço à sociedade e importante desgaste da minha gestão", disse.

Evangevaldo garantiu, na carta a Dilma divulgada nesta sexta, ser uma pessoa de bem e honrada e que foi alvo de perseguição política e que seu padrinho, Jovair Arantes, é alvo de adversários políticos.

"Garanto-lhe, Senhora Presidenta, que sou um homem de bem, um homem honrado, e que as acusações a mim imputadas são completamente infundadas e resultarão, de minha parte, na adoção oportuna das medidas cabíveis. A verdade é que todos conhecemos as motivações políticas que antecedem os períodos eleitorais e, embora eu lamente, não me surpreendo com os expedientes utilizados. Indicado à Presidência da Conab pelo PTB e sendo pessoa da confiança do Deputado Jovair Arantes, a quem considero um grande amigo, sei que tenho sido usado como instrumento de adversários políticos que vislumbram as eleições municipais, às quais o Deputado concorrerá este ano".

Segue o trecho, no final, que pede a demissão: "Infelizmente, diante do cenário que se construiu, nada mais me resta senão apresentar-lhe o meu pedido de afastamento do cargo de Presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, em caráter irrevogável e irretratável, de modo a não contribuir para um maior desgaste do governo ou do meu partido. Assumi este cargo de cabeça erguida e com absoluta paz de espírito, e da mesma forma pretendo deixá-lo agora".

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