Ex-ministro de Dilma Rousseff, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi alvo da ação da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (15). Os agentes cumpriram ao menos um mandado de busca e apreensão no escritório político dele, em Petrolina (PE).
Por meio de nota, o senador disse que tem total confiança “no trabalho das autoridades que conduzem este processo investigatório, acreditando no pleno esclarecimento dos fatos”. Segundo a Superintendência da PF no Estado, a nova fase da Operação Lava Jato cumpre outros dois mandados de busca e apreensão em Pernambuco, um no município de Brejão, no Agreste, e outro no Recife.
Ligado ao então candidato à presidência da República em 2014 Eduardo Campos (PSB), morto em agosto do ano passado, o senador diz que “continua, como sempre esteve, à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas”.
Batizada de Catilinárias, a operação cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato. As buscas acontecem na casa dos investigados, endereços funcionais, escritórios de advocacia, sedes de empresas e órgãos públicos. Os imóveis estão localizados em sete estados mais o Distrito Federal.
É a segunda vez neste ano que Bezerra é alvo de ações da PF. Em julho deste ano, investigadores da Operação Politeia estiveram nos imóveis do senador e do deputado federal Eduardo da Fonte (PP), ambos em Boa Viagem, zona sul do Recife.
Os parlamentares eram suspeitos de receber dinheiro desviado da Petrobras. A operação de julho envolveu 40 policiais federais e oito procuradores da República. Na residência do senador do PSB, a PF recolheu, apenas, documentos.
Lava Jato
A pedido da PGR, em março, o ministro Teori Zavascki, do STF, autorizou a abertura de inquérito para apurar suspeitas contra o ex-ministro da Integração Nacional por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
O nome de Bezerra foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em delação premiada. No depoimento, em agosto do ano passado, Costa relatou que, em 2010, o hoje senador pediu R$ 20 milhões para a campanha à reeleição do então governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Na época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento Econômico da administração de Campos. Ainda segundo Paulo Roberto Costa, o pedido foi feito por Bezerra ao doleiro Alberto Youssef, acusado de lavar dinheiro desviado de contratos da Petrobras.
Assim como Campos, Bezerra fez parte da gestão petista em Brasília – foi ministro da Ciência e Tecnologia no primeiro governo Lula (2003-06). Já o atual senador foi ministro entre 2011 e 2013, no primeiro governo Dilma Rousseff.
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