Ameaçado de ter a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral, o ex-governador do Distrito FederalJoaquim Roriz (PSC) apresentou neste domingo (27) sua chapa na corrida ao Palácio do Buriti. Palanque de José Serra no DF, Roriz costurou uma ampla aliança local com sete legendas, entre elas o PSDB, que lançou o nome de Maria de Lourdes Abadia ao Senado.
Por ter renunciado ao cargo de senador em 2007 para escapar de um processo de cassação, Roriz poderia ficar inelegível até 2023, conforme previsto na Lei da Ficha Limpa. Mesmo assim, o político acredita que vai conseguir concorrer, alegando que não tem "condenação" e não aceita perder a disputa no "tapetão".
"Eu não sei o que é Ficha Limpa, não tenho condenação. Renunciei ao mandato de senador da República dispensando todas as mordomias", discursou Roriz para uma fervorosa plateia que lotou auditório no centro da capital. "Eu renunciei a senador para ser candidato a governador, por isso que estou aqui hoje."
Em 2007, o político foi flagrado num diálogo em que acerta com o então presidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura, o desconto de um cheque de R$ 2,2 milhões da Agrícola Xingu destinado ao empresário Nenê Constantino, fundador da empresa aérea GOL. Roriz alega que os recursos seriam oriundos de empréstimo pessoal para comprar o embrião de uma bezerra. Revelado em julho de 2007, o episódio culminou com a renúncia.
"Querem ganhar a eleição no tapetão. Lá no tapetão eu não aceito, vai pra rua, vai buscar os voto (sic), se ganhar nos votos, eu serei o primeiro a telefonar para parabenizar", continuou.
Na avaliação do advogado de Roriz, Eládio Carneiro, a decisão do TSE não se reportou especificamente sobre os casos de renúncia. "Roriz goza hoje de todos os direitos políticos. Em 2007, não havia nenhuma penalidade para quem abrisse mão do seu mandato", disse. Caso não consiga o registro da candidatura, Carneiro pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Juntos
Ainda sob impacto da maior crise de corrupção da história do Distrito Federal, uma aliança inédita sacramentou, neste domingo, a candidatura do ex-ministro dos Esportes Agnelo Queiroz (PT) ao Palácio dos Buritis. Aliados na esfera nacional, mas adversários históricos no plano regional, PT e PMDB vão caminhar juntos pela primeira vez na eleição para o governo do Distrito Federal. A chapa majoritária contempla, ainda, PDT, PSB, PCdoB e PRB.
"O Filippelli veio para o lado de cá. Ele trouxe o PMDB, mas sem o (Joaquim) Roriz", justificou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), candidato à reeleição. Presidente do PMDB-DF, o deputado federal Tadeu Filippelli integra a chapa como candidato a vice-governador. Aliados históricos, Filippelli e Roriz romperam e o ex-governador mudou-se para o PSC.
A militância petista preferia não ter o PMDB na chapa majoritária, mas se viu obrigada a aceitar a coligação diante da possibilidade de voltar ao poder após 12 anos fora do Executivo local. O PT só governou o Distrito Federal no governo de Cristovam Buarque, entre 1995 e 1998.
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