Kfouri Neto espera que projeto seja implementado no segundo semestre| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

A Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) está propondo a criação de 50 novos cargos de desembargadores no Paraná. A proposta foi encaminhada para o presidente Tribunal de Justiça do Paraná (TJ), José Antônio Vidal Coelho, e para os 25 magistrados que integram o Órgão Especial do tribunal. Com os novos cargos, seria necessário também a contratação de pessoal, em cargos de comissão, ou seja, sem concurso público, para composição do gabinete. O custo estimado para a criação dos novos cargos é de R$ 10,5 milhões por ano, fora o montante destinado para os cargos de gabinete. Verba, que segundo o presidente da Amapar, Miguel Kfouri Neto, o TJ hoje não tem em caixa.

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Kfouri Neto explica que os 50 novos cargos de desembargadores substituiriam gradativamente os 60 cargos de juízes de direito substituto em 2º grau. Férias, licença para tratamento de saúde e afastamentos eventuais são algumas das situações onde o juiz substituto assume o posto do desembargador. Mas é justamente esta troca, conta Kfouri Neto, que impulsionou a proposta da Amapar.

"As decisões desses juízes substitutos, quando da função de desembargador, estão sendo questionadas no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Estão requerendo a nulidade dos processos porque a decisão é do juiz substituto e não de um desembargador", justificou Kfouri Neto. No entanto, conta, uma lei do Paraná dá este respaldo às decisões dos juízes substitutos, mas não impede os questionamentos e a postergação das ações.

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Estes 50 novos cargos seriam preenchidos por dois critérios: 20 cargos por antiguidade dos magistrados e outros 20 por merecimento – análise feita pelos 120 desembargadores do TJ. Os 10 restantes seriam ocupados por promotores do Ministério Público (MP) e por advogados, como prevê a Constituição. "A ideia é disponibilizar dois desembargadores para cada uma das 23 câmaras (18 cíveis e 5 criminais). Sobrariam 4 magistrados que ficariam à disposição para eventuais contratempos", explica o presidente da Amapar.

Apesar do custo, Kfouri Neto acredita que o projeto deve ser implementado no segundo semestre deste ano. Para vigorar, a proposta da Amapar deve ter a aprovação do Órgão Especial do TJ e da Assembleia Legislativa, além de passar pela sanção do governador Roberto Requião. Quanto ao custo, R$ 10,5 milhões por ano, Kfouri Neto não acredita que isso seja um empecilho. "A despesa com o judiciário paranaense é ínfima. O Paraná é o segundo estado do Brasil que menos gasta com o Judiciário", argumentou. O presidente do TJ, Vidal Coelho, foi procurado pela reportagem para comentar a proposta da Amapar, mas a assessoria do tribunal não retornou a ligação.