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Ambientalistas reunidos em Curitiba (PR) para a abertura da Semana Nacional da Mata Atlântica lamentaram nesta quarta-feira a aprovação, por parte da Câmara dos Deputados, do Código Florestal Brasileiro. Eles preveem que não será fácil alterar o texto no Senado, mas prometem manter-se mobilizados. O nome da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, constava na programação, mas, de acordo com o diretor de Florestas do ministério, João de Deus Medeiros, ela precisou ficar em Brasília para participar de um "gabinete de emergência".

"Hoje é um dia de luto, mas também de luta", afirmou o coordenador do Conselho Nacional da Reserva de Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Lino. Seu grito foi reforçado pelo coordenador da Rede de organizações não governamentais (ONGs) da Mata Atlântica, Renato Cunha. "Não vamos desistir de realmente fazer com que este projeto não vá para frente", acentuou. Ele disse que os movimentos ainda não sabem exatamente o que fazer. "A gente ainda tem que analisar, não estávamos preparados para esse day after (dia seguinte)", lamentou.

Cunha, que preside o Grupo Ambiental da Bahia (Gamba), destacou que houve mobilização da sociedade em relação ao Código e muitos abaixoassinados contrários à alteração foram feitos. "Mas os ruralistas também se mobilizaram e a bancada do Congresso é muito mais ruralista do que ambientalista", ponderou. "Acho que faltou mais empenho do governo." O ambientalista acentuou que também não será "simples" conseguir uma vitória no Senado. "O Senado atende muito mais interesses econômicos do que interesses da sociedade."

Já o diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente acredita que é possível alterar o projeto no Senado. "Ainda que tenha se colocado como uma derrota do governo, não há por que estar assumindo isso como derrota, até porque seria precipitado neste momento, já que o processo de revisão do Código não se encerrou com a votação de ontem", disse Medeiros. Segundo ele, o texto aprovado pela Câmara já trouxe alterações em relação ao aprovado na comissão especial.

Se houver mudanças no Senado, o projeto retorna à Câmara antes de seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff. "Então o governo ainda tem tempo ao longo desse processo legislativo, uma perspectiva de ter pelo menos dois momentos em que as mudanças que o governo defende poderão ser implementadas", afirmou.

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