Caminho
Confira a trajetória do caso que levou à saída de Derosso do PSDB:
2011
Julho Reportagem da Gazeta do Povo mostra que contratos de publicidade da Câmara Municipal feitos com as empresas Oficina da Notícia e Visão Publicidade eram investigados pelo Tribunal de Contas (TC) por suspeitas de irregularidades. A proprietária da agência Oficina da Notícia é a jornalista Cláudia Queiroz Guedes, mulher de Derosso. O Conselho de Ética da Câmara recebeu denúncia contra Derosso.
Agosto 36 dos 38 vereadores assinam requerimento de instalação de uma CPI para investigar os contratos de publicidade da Câmara Municipal.
Setembro Relator do processo no Conselho de Ética contra Derosso pede afastamento do vereador da presidência. A decisão, entretanto, emperra em subcomissão designada para relatar a resolução e apresentá-la em plenário.
Novembro O Ministério Público pede, em caráter liminar, o afastamento de Derosso da presidência da Câmara. Ele se antecipa e, antes de a Justiça se manifestar, se licencia do cargo.
Dezembro A CPI encerra seus trabalhos e apresenta relatório que isenta Derosso de responsabilidade pelas irregularidades nos contratos de publicidade.
2012
Março Sem apoio, Derosso renuncia da presidência da Câmara.
Abril Novas irregularidades envolvendo os contratos de publicidade da Câmara são reveladas. O PSDB marca reunião para decidir sobre a expulsão de Derosso do partido.
O ex-presidente da Câmara de Curitiba vereador João Cláudio Derosso pediu ontem a desfiliação do PSDB. Numa carta escrita a próprio punho, Derosso comunicou a decisão à executiva do partido. A carta foi entregue durante reunião do diretório tucano, que discutia o pedido de expulsão do vereador. Ele é acusado de irregularidades nos contratos de publicidade do Legislativo municipal o que levou o Ministério Público a entrar com uma ação de improbidade administrativa contra ele.
Pela manhã Derosso parecia confiante que permaneceria no PSDB. Durante sessão da Câmara, ele afirmou que iria se reeleger vereador nas eleições de outubro e ainda seria o mais votado. Agora, com o pedido de desfiliação, Derosso fica sem partido e, portanto, não poderá disputar uma cadeira na Câmara Municipal. Isso porque a legislação eleitoral prevê que para disputar cargos eletivos, os candidatos devem estar filiados há pelo menos um ano antes do pleito.
Sem legenda, Derosso também corre o risco de perder o cargo de vereador. O mandato vai até 31 de dezembro de 2012, mas a cadeira pode ser requerida na Justiça Eleitoral pelo partido ou por seu suplente, Edson do Parolin. O presidente em exercício do PSDB no Paraná, deputado Valdir Rossoni, afirmou ontem que o partido não discutiu a possibilidade de requerer o mandato de Derosso. A reportagem tentou falar com o suplente, Edson do Parolin, mas o telefone estava desligado.
Bastidores
Desde a semana passada, já era dada como certa a saída de Derosso do partido. Nos bastidores, os tucanos diziam que se o vereador não pedisse a desfiliação ele seria expulso. Uma fonte do PSDB contou que o vereador ainda tentou pedir mais tempo para o partido. Cogitou até ser julgado pelo Conselho de Ética do PSDB. Diante das negativas, teria preferido pedir a desfiliação.
Após o anúncio da desfiliação, o vice-presidente municipal do partido e deputado federal, Fernando Francischini, afirmou que não ficava satisfeito de ver alguém ser excluído do partido. No entanto, ressaltou que não era possível o PSDB ter uma "postura de combate à corrupção em Brasília e ter essa situação no Paraná". Foi ele quem protocolou o pedido de expulsão de Derosso.
A reportagem entrou em contato com Derosso ontem à noite, mas ele preferiu não comentar o caso.
Colaboraram: Karlos Kohlbach e Elisa Lopes
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