A intenção do governo federal de ampliar o escopo de atuação da CPI da Petrobras para que a investigação atinja também o PSDB do senador Aécio Neves (MG) e o PSB do governador Eduardo Campos (PE), prováveis adversários da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, foi interpretada pelo pernambucano como uma "atitude infantil" para desviar o foco das apurações.
Com a formalização do pedido de criação da CPI no Senado ontem, o Planalto orientou sua base aliada a pedir que também sejam investigados o porto de Suape, administrado pelo governo Campos, e as suspeitas de formação de cartel e fraude em licitações de trens em São Paulo, que atingem os tucanos.
"Não podemos de forma nenhuma admitir uma atitude, que cheira até a infantilidade, de tentar fazer um processo de defesa que parece quase uma confissão de culpa, quando, em vez de responder com objetividade e tranquilidade um assunto, tenta puxar outros assuntos", afirmou o governador nesta sexta-feira (28), após assinar decretos que criam áreas de conservação de caatinga e mata atlântica em Pernambuco.
Para Campos, o Planalto tenta "tirar o foco" da investigação, em uma "atitude infantil". "Se cabe esclarecimentos sobre outros assuntos, que sejam dados por quem de direito", disse.
"Neste momento, a sociedade quer saber o que há com a Petrobras, como nós, brasileiros, vamos ajudar a Petrobras a melhorar. É isso. Não é um debate eleitoral 'investigue aquilo se não investigo aquilo outro'. Que se investigue tudo, com a maior tranquilidade do mundo", afirmou.
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