A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, deixou o cargo. O Palácio do Planalto, sede do governo federal, confirmou a saída e o convite à senadora Marta Suplicy (PT-SP) para ocupar a vaga. Em nota oficial, a Secretaria de Imprensa informa que a presidente Dilma Rousseff convidou a senadora para assumir o ministério em substituição à artista. A posse será realizada na próxima quinta-feira, às 11h, em solenidade no Palácio do Planalto.
Segundo a nota, a presidente "agradeceu o empenho e relevantes serviços prestados ao País" pela ministra Ana de Hollanda, que estava no cargo desde janeiro de 2011. Além disso, manifestou a confiança de que Marta, "que vinha dando importante colaboração do governo no Senado, dará prosseguimento às políticas públicas e aos projetos que estão transformando a área da cultura nos últimos anos".
O convite à Marta foi feito nesta terça pela manhã, por telefone, e no início da tarde a senadora voltou a conversar com Dilma para acertar o horário da posse.
A petista exercerá a função de ministra pela segunda vez. No governo Lula, ela comandou o Turismo na época do chamado "caos aéreo". Marta se disse honrada e surpresa com o convite de Dilma.
Motivo
A queixa da ministra da Cultura sobre a situação financeira da pasta, feita em carta à ministra do Planejamento, Miriam Belchior - e revelada pelo jornal O Globo - seria o motivo da troca.
A carta foi enviada no dia 15, com dados sobre o orçamento do ministério. Nela, a ministra da Cultura afirma que os números "colocam em risco a gestão e até mesmo a existência de boa parte das instituições culturais". Ela também fazia um alerta sobre a falta de plano de carreira e os baixos salários, citando a alta taxa de evasão, de 53%, dos funcionários aprovados no último concurso público para o MinC.
Recompensa
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) esteve semana passada com a presidente Dilma Rousseff acertando sua entrada na campanha do petista Fernando Haddad, em São Paulo, e possivelmente a nomeação para o Ministério da Cultura, cargo que deseja desde que Dilma foi eleita, em 2010.
A nomeação seria uma recompensa à senadora por ter sido preterida por Haddad para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PT e pelo recente engajamento dela na campanha do ex-ministro da educação. O candidato petista negou.