Atualizado em 21/12/2006, às 18h12
Ao contrário do que aconteceu no feriado de novembro, quando o caos se instalou nos aeroportos brasileiros devido à operação-padrão dos controladores de vôo, desta vez a crise foi causada por dois fatores: o clima e problemas operacionais com seis aeronaves da TAM, a maior companhia aérea do país. Essa é a avaliação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que considera preocupante a situação nos terminais aeroportuários de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A confusão desta quinta-feira é conseqüência de um dia inteiro de atrasos e cancelamentos de vôos na véspera.
Segundo a assessoria de imprensa da Anac, na última terça-feira, o aeroporto de Congonhas fechou duas vezes, por causa do tempo. Na quarta-feira, o problema se repetiu, mas em menor intensidade: Congonhas parou por uma hora. Mas a situação se agravou, porque seis aviões da TAM saíram de circulação. O que houve em seguida foi um previsível efeito cascata, que atinge os aeroportos ainda nesta quinta-feira. De acordo com a Anac, não há problemas no fluxo aéreo.
Em nota divulgada na tarde desta quinta, a TAM diz que os vôos domésticos apresentam atraso de duas horas e meia, em média, devido a problemas climáticos, manutenção não programada e excesso de tráfego aéreo. A empresa nega, porém, que tenha havido falha em seus programas de dados, como informou a Anac.
Na manhã desta quinta, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, um passageiro revoltado chegou a danificar um dos computadores da empresa. Ele foi preso e liberado depois. Houve bate-boca entre passageiros da companhia. A polícia reforçou a segurança para evitar novos tumultos.
A psicopedagoga Cristiane Gurgel tinha um vôo do Rio para Porto Alegre marcado às 11h10m. Ela chegou ao Tom Jobim com 40 minutos de antecedência, mas não conseguiu embarcar porque o avião tinha sido lotado com pessoas que estavam esperando há mais tempo.
- Virou uma bola de neve. Agora não tenho previsão de embarque. Há filas homéricas, confusão, discussão. A maior reclamação é que os funcionários da TAM não param para dar informações. O atendimento é precário - contou ela.
A companhia cancelou na manhã desta quinta-feira 26 vôos para reorganizar itinerários e está reforçando as equipes nos aeroportos para tentar atender os passageiros.
300 passageiros em vigília
No Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, pelo menos 300 passageiros passaram a noite no saguão. Eles deveriam ter embarcado em vôos marcados para esta quarta-feira, mas muitos atrasaram ou foram cancelados. Um grupo organizou um abaixo-assinado, pois pretende acionar na Justiça as companhias aéreas.
Durante a madrugada, o clima esquentou no aeroporto. Nervosos, os passageiros queriam explicações para os atrasos. A confusão era tanta, que um grupo de 30 pessoas perdeu um vôo que saiu no horário, mas o portão informado para embarque estava trocado.
- Nos sentimos humilhados - diz Reinaldo Miguel, analista de sistema que embarcaria para Londrina e aderiu ao abaixo-assinado.
Congonhas reabriu às 6h e as filas já eram grandes nos balcões de check-in. No Aeroporto Internacional de Cumbica, muitas pessoas também dormiram no chão à espera dos vôos.
No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte, seis vôos foram cancelados na manhã desta quinta.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião